Em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, o diplomata afirmou que Washington e Ancara "mantêm uma presença militar ilegal no norte da Síria", comunicou o jornal The New York Times.
"Quaisquer forças estrangeiras que operem em nossos territórios sem nossa permissão são consideradas forças de ocupação e devem ser imediatamente retiradas", ressaltou.
Como recorda a publicação, as autoridades sírias fizeram anteriormente as mesmas ameaças de expulsar as tropas estrangeiras no seu território, mas nunca deram passos concretos. O Exército sírio, enfraquecido por uma guerra prolongada e por deserções, é incapaz de resistir aos EUA, que, em caso de ataque, responderiam com um golpe esmagador.
Acordo EUA-Turquia
A exigência do ministro sírio é uma resposta ao acordo EUA-Turquia, assinado em agosto, sobre a criação e patrulhamento conjunto de uma zona tampão no nordeste do país.
Mouallem chamou os dois países de "arrogantes" por discutirem e acordarem uma zona de segurança sem o consentimento sírio, tendo declarado o acordo nulo e sem efeito.
Em 20 de outubro está prevista em Genebra uma reunião do comitê da ONU para a Síria, para começar a elaborar uma nova Constituição para o país, segundo a agência Associated Press. Essa reunião poderia ajudar as partes em conflito a chegar a um acordo político e a pôr termo à guerra. O comité incluirá representantes do governo, da oposição e da sociedade civil.
Embora a guerra civil de oito anos tenha abrandado e a maior parte do país esteja sob controle governamental, os EUA apoiam grupos curdos que, juntamente com outros insurgentes e extremistas, continuam a deter algumas partes do país.
A Turquia considera as milícias curdas que operam no norte da Síria uma ameaça à sua segurança e quer retirá-las da região.