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Brasil e China assinam acordos de cooperação e comércio durante viagem de Bolsonaro

Durante a viagem do presidente Jair Bolsonaro à China foram assinados diversos acordos entre o país e o Brasil, nas áreas de ciência e tecnologia, economia, comércio, energia, agricultura e outras.
Sputnik

Nesta sexta-feira (25), último dia da visita, Bolsonaro se encontrou com o presidente chinês, Xi Jinping, que prometeu aumentar as trocas comerciais com o Brasil. A reunião aconteceu no Grande Palácio do Povo, em Pequim.

"Estava ansioso para esta visita porque temos na China o primeiro parceiro comercial e me interessa muito fortalecer este comércio, bem como ampliar novos horizontes. Hoje podemos dizer que uma parte considerável do Brasil precisa da China e a China também precisa do Brasil", disse Bolsonaro, segundo publicado pela Agência Brasil.

Além disso, o presidente convidou os chineses a participar do leilão do pré-sal, considerado pelo governo como o maior do setor de óleo e gás da história. 

Carne processada

Entre os atos assinados estão protocolos sanitários para exportação do Brasil à China de carne termoprocessada (que passa por processo de cozimento) e farelo de algodão, que é usado como ração animal.

Em 2018, o Brasil exportou US$ 557 milhões em carne bovina processada e a China importou US$ 25 milhões do produto.

No caso do farelo de algodão, a exportação brasileira ainda é muito pequena. A China, por sua vez, importou US$ 4 milhões do produto no ano passado. Os protocolos sanitários têm a função de evitar a entrada de pestes ou pragas endêmicas do país exportador ao país importador.

Aduanas

Outra medida anunciada foi um acordo aduaneiro, que prevê o reconhecimento mútuo das certificações de Operador Econômico Autorizado (OEA) emitidas pelas autoridades aduaneiras dos dois países.

As empresas que obtém o selo conseguem benefícios como tratamento prioritário, menos inspeções, requisitos menos rígidos de segurança e expedição agilizada, o que, segundo o governo, permitirá agilizar o comércio, reduzir custos e aumentar a competitividade.

Cooperação entre Itamaraty e Ministério dos Negócios

Outro memorando assinado determina contatos institucionais mais regulares e diretos entre os ministérios das Relações Exteriores do Brasil e dos Negócios Estrangeiros da China, o que, de acordo com o Palácio do Planalto, "possibilitará comunicação estreita e ágil sobre temas bilaterais, regionais e internacionais de grande relevância".

Energias renováveis

Os dois países assinaram ainda o Memorando de Entendimento sobre Cooperação em Energias Renováveis e Eficiência Energética, que pretende estabelecer as bases para o desenvolvimento de energias novas e renováveis, bioenergia e para distribuição e eficiência energética. O acordo prevê ainda cooperação e coordenação com terceiros países e fóruns internacionais.

Linhão Xingu-Rio

Durante a viagem, foi entregue à chinesa State Grid o Termo de Liberação de Operação do linhão de transmissão de energia entre a Usina de Belo Monte, no Pará, e o Rio de Janeiro, com extensão de 2,5 quilômetros.

A responsável pelo projeto, no valor de R$ 8,5 bilhões, é a Xingu-Rio Transmissora de Energia (XRTE), subsidiária da State Grid. Segundo o governo, o empreendimento contribui significativamente para o aumento da disponibilidade, capacidade e segurança do sistema elétrico nacional, além de garantir maior uso de energia limpa e sustentável e impactar positivamente na recuperação dos níveis dos reservatórios da região Sudeste.

Brasil e China assinam acordos de cooperação e comércio durante viagem de Bolsonaro

Senai

Também foi firmado um acordo entre o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e a CTG Brasil, subsidiária da China Three Gorges Cooperation, que permitirá a criação de um centro de pesquisa voltado para energias limpas. Por meio da "Plataforma de Inovação Técnico-Científica" serão aplicados R$ 100 milhões nos próximos cinco anos.

Educação

Na área de educação, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) assinou acordo com a National Natural Science Foundation of China (NSFC) para o intercâmbio de cientistas, acadêmicos e estudantes e o incentivo à pesquisa.

Também foi firmado memorando de entendimento para o intercâmbio de jovens cientistas entre os dois países e o financiamento de bolsas de estudo.

Embrapa

A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e a Academia Chinesa de Ciências assinaram memorando para estabelecer laboratórios conjuntos voltados ao melhoramento e desenvolvimento da soja.

Também foi assinado um acordo entre a Universidade Federal de Goiás (UFG) e a Universidade de Hebei para o estabelecimento do Instituto Confúcio na UFG, que terá aulas de mandarim, cultura chinesa e medicina tradicional chinesa.

A China é o maior parceiro comercial do Brasil. Em 2018, o fluxo de comércio entre os dois países alcançou a marca  de US$ 98,9 bilhões. O país asiático, por sua vez, é um dos principais fornecedores de investimento em áreas como infraestrutura e energia. 

A visita marcou uma aproximação entre os dois países. Durante a campanha presidencial, Bolsonaro criticou os investimentos chineses no país. 

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