Rússia e a Turquia assinaram um memorando de 10 parágrafos sobre a introdução de unidades da polícia militar russa e do serviço de fronteiras da Síria, no lado sírio da fronteira com a Turquia e fora da zona da operação turca Fonte de Paz, que deve facilitar a retirada das unidades curdas a uma distância de 30 quilômetros da fronteira sírio-turca.
Segundo o especialista do Conselho de Relações Exteriores dos EUA Henry Bernie, o presidente russo, Vladimir Putin, quer que [o líder sírio Bashar] Assad “consolide plenamente o poder em toda a Síria".
"Ele não poderia fazê-lo com a presença dos EUA na Síria. Assim, a Turquia fez de fato o jogo dele. O próximo passo da Rússia com Assad será tomar Idlib. A Rússia é o verdadeiro grande vencedor", explicou o especialista.
Retirada das tropas turcas
Henry Bernie também considera que a Turquia será pressionada para abandonar o território da Síria. Além disso, Gonul Tol, especialista do Centro de Estudos Turcos do Instituto do Oriente Médio, também concorda que a presença turca é temporária. "Finalmente eles pedirão às forças turcas que se retirem", disse ela.
Tol observou que, com os novos acordos russo-turcos, Ancara ficou "um passo mais perto de reconhecer o regime de Assad", indicando que no memorando de Sochi há referência ao acordo de Adana entre a Síria e a Turquia de 1998.
A especialista também acredita que o possível aumento do contingente dos EUA na Síria para garantir a segurança das áreas petrolíferas é "irrealista" e "não vai corrigir os problemas dos EUA na Síria". Anteriormente, o presidente Donald Trump afirmou que suas tropas ficarão no país árabe para proteger os poços de petróleo.