'Sabemos que cometemos erros', diz CEO da Boeing em depoimento sobre 737 MAX

O diretor executivo da Boeing irá reconhecer os erros da empresa nesta terça-feira (29), durante audiência no Congresso norte-americano. O testemunho ocorre exatamente um ano após a queda do voo Lion Air 610, na Indonésia.
Sputnik

O diretor executivo da Boeing, Dennis Muilenburg, irá prestar depoimento ao Congresso dos Estados Unidos nesta terça-feira (29). A empresa é responsável por causar prejuízos às companhias aéreas norte-americanas que adquiriram aeronaves 737 MAX, impedidas de voar pela agência reguladora dos EUA.

"Nós aprendemos e continuamos aprendendo com esses acidentes (...) Nós sabemos que cometemos erros", versa o testemunho, obtido pela agência de notícias Reuters.

Dennis Muilenburg, que perdeu o cargo de presidente da empresa recentemente, também irá ser ouvido nas comissões de infraestrutura e transporte do Congresso, na quarta-feira (29).

"Sabemos que podemos e devemos fazer melhor", diz o testemunho, que também expressa condolências às 189 vítimas do voo 690 da Lion Air.

As falhas da aeronave Boeing 737 MAX também foram responsáveis pelo acidente com o voo 302 da Ethiopian Airlines, que matou 157 pessoas em 10 de março de 2019.

Modelo Boeing 737 MAX

A aeronave da Boeing, desenvolvida para ser a sucessora do Boeing 737 Next Generation, apresentou falhas graves de design e funcionamento.

De acordo com estimativas preliminares da empresa, a aeronave acionava automaticamente uma função do software de controle de voo, o MCAS, após coletar informações incorretas sobre o voo. O acionamento errôneo do software, um sistema de segurança que deveria corrigir a inclinação do avião em caso de perda de altitude, teria levado aos acidentes.

'Sabemos que cometemos erros', diz CEO da Boeing em depoimento sobre 737 MAX

A companhia está sob escrutínio por suspeitas de ter ocultado da entidade reguladora mensagens internas de pilotos alertando a empresa para a falha no desempenho do MCAS.

Aeronave impedida de voar

Desde março de 2019, a agência reguladora norte-americana suspendeu as operações do 737 MAX nos Estados Unidos. Especialistas acreditam que as aeronaves seguirão paradas pelo menos até dezembro deste ano.

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Muilenburg reconheceu que o retorno da aeronave já estaria "demorando mais do que originalmente esperávamos".

Segundo o testemunho do ex-presidente da Boeing, as autoridades reguladoras "devem aprovar o retorno do MAX aos céus somente após realizarem a mais rigorosa das inspeções e estarem completamente satisfeitos com a segurança da aeronave".

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