A senadora condena as tentativas da oposição de fazer com que Morales não participe das novas eleições. Para Salvatierra, "banir Evo Morales seria um abuso total. É uma tentativa de limitar o exercício dos direitos constitucionais, entre os quais estão a livre afiliação e participação político-eleitoral".
É legítima a presidência de Jeanine Áñez e quem deveria ter assumido a chefia de Estado após a renúncia de Evo Morales? Salvatierra prefere não se deter na formalidade de si era ela mesma a que deveria tomar as rédeas nacionais e não duvida em pôr em primeiro plano que na Bolívia há "práticas que são no mínimo irregulares, questionáveis e que obedecem às práticas de um golpe de Estado".
"Jeanine Áñez é a última facada de um golpe de Estado iniciado em confluência de ações militares e policiais [...] que têm buscado interromper o mandato constitucional do presidente Evo Morales", ressaltou a senadora boliviana à Sputnik Mundo.
"[Eles] colocaram militares nas ruas que assassinam pessoas e detêm ilegalmente os dirigentes sociais impedindo o exercício das funções parlamentares. Isso é um golpe de Estado", acrescentou indignada.
Salvatierra acentuou que "se a senadora Áñez quer ser a presidente da Bolívia, deve cumprir o mínimo de ordens constitucionais [...] e não convocar uma sessão do Senado realizando-a com nove ou dez dos 36 parlamentares, porque dois terços da bancada pertence ao [partido] MAS". Além disso, Áñez se declarou presidente "em uma assembleia onde também não tinha um quórum adequado".
Ameaça de bomba e repressão policial a parlamentares
Na quarta-feira (13), parlamentares foram impedidos de entrar em uma sessão na Câmara dos Senadores. Salvatierra foi uma dos que não conseguiram entrar, por terem sido barrados pela polícia.
Com violência, a polícia impede a entrada de membros da Assembleia do MAS e a sua presidente Adriana Salvatierra no edifício central da Assembleia. Golpes, uso de gás e abuso.
"Foi basicamente um exercício de violência absolutamente desnecessário. Nós parlamentares estávamos reunidos na Assembleia Legislativa Plurinacional. Primeiro, nos disseram que havia uma ameaça de bomba para que saíssemos, e finalmente decidiram partir para cima dos parlamentares que tentavam entrar na assembleia. Havia um forte contingente de policiais, que bloquearam o caminho, usaram gás e agrediram", lamentou a senadora.
Urgente: Polícia impede a entrada no Parlamento de Adriana Salvatierra, presidente do Senado e legisladora do Movimento ao Socialismo de Evo Morales, que, de acordo com a Constituição, era a próxima na linha de sucessão a ocupar a chefia de Estado.
"Não é que os parlamentares do MAS não querem participar das sessões, não participamos porque temos este tipo de repressões", concluiu Salvatierra.