O denunciante da Navistar Defense alegou, sob a Lei de Falsas Alegações, que a empresa "utilizou documentos falsos e enganosos para justificar supostos 'preços comerciais' de componentes de veículos, incluindo chassis, motores e sistemas de suspensão", segundo declaração da Sanford Heisler Sharp, representante do denunciante.
"Os documentos falsificados e fraudulentos serviram para mascarar o fato de esses componentes não terem um histórico comercial de vendas ou, quando o tinham, seus preços eram de cerca de metade do preço cobrado pelos acusados ao governo", cita o comunicado.
Duquoin Burgess, um funcionário que trabalhou no departamento de gerenciamento de contratos da Navistar Defense de 2009 até 2012, denunciou o caso depois de testemunhar as supostas práticas, envolvendo inclusive executivos da empresa.
"O Departamento de Justiça responsabilizará os prestadores de serviços que falsificam informações, fazendo com que os militares paguem preços inflacionados [...] Tomaremos as medidas necessárias para proteger o processo de compras dos militares contra abusos", afirmou a assistente da promotoria geral, Jody Hunt.
Em 2003, Dan Ustian, então presidente da Navistar, anunciou a criação da Navistar Defense para fornecer veículos ao Pentágono, algo que criou questionamentos financeiros entre os analistas.
"A Navistar surgiu do nada e se tornou um grande personagem no fornecimento dos MRAP, no que foi um programa a curto prazo", declarou a Chicago Business na época.
A Defense News, que observou a denúncia, informou que tanto Burgess quanto sua antecessora, Linda DiToro, se recusaram a assinar as certificações das informações sobre os custos e preços exigidos até serem ameaçados de serem substituídos.
"Acreditamos que nossos preços eram justos, razoáveis e competitivos, e estamos decepcionados com a decisão do governo de intervir neste assunto", afirmou Lyndi McMillan, porta-voz da Navistar, em declaração à Bloomberg.