A "morte" do lago resultou devido a uma rachadura de 500 metros de profundidade na segunda maior calota de gelo do mundo.
O grupo de cientistas, equipado com drones resistentes às condições extremas do Ártico, conseguiu filmar o fluxo de água através da fissura. Em apenas cinco horas, o volume equivalente a 2.000 piscinas olímpicas escorreu pela fissura como uma espécie de cano de esgoto. Como consequência o lago ficou reduzido a um terço do seu volume original.
Este fenômeno de drenagem de lagos é registrado com mais frequência por as águas se concentrarem sobre as geleiras devido ao degelo. Neste caso, o aumento do volume de água causado pelo processo de degelo fez com que o lago se expandisse e, ao encontrar uma fissura grande, começasse a desaparecer.
Cientistas dizem que este fenômeno provocou grande instabilidade naquela que se considera ser a segunda maior calota glaciar do mundo, sendo o maior contribuinte para o aumento global no nível do mar.
À medida que se agrava o aquecimento global, milhares de lagos se formam e cobrem a superfície da calota de gelo da Groenlândia. Quando se encontram com rachaduras podem sumir para as profundidades em uma questão de horas, como consequência se formam cachoeiras quilométricas e profundas que afetam a base das geleiras.
Novo artigo de Tom Chudley et al., trabalhando com colegas [...] registra no local a drenagem de um lago supraglaciar de cima do gelo em deslizamento rápido na Groelândia.
Poul Christoffsen, cientista que encabeça a expedição ao Ártico, destacou que "estes glaciares já estão se movendo bastante rápido" e até "pode não parecer tão dramático", mas tem um efeito muito significativo.
Os resultados provam que as geleiras na Groelândia sofrem com os efeitos negativos do degelo em um período de tempo mais curto do que se pensava anteriormente.