FAA assume erro em certificar Boeing 737 Max

O chefe da Administração Federal de Aviação (FAA) dos EUA admitiu ter errado ao permitir os voos do Boeing 737 Max, depois dos acidentes de 2018.
Sputnik

Nesta quarta-feira (11), Stephen Dickson, chefe da FAA, admitiu o erro da agência ao autorizar que a aeronave continuasse em operação depois do primeiro acidente, segundo a BBC. 

Em audiência no Congresso, Dickson afirmou que o sistema de segurança da aviação dos EUA não está enfraquecido, mas que "devem ser feitas melhorias".

Ele também negou as sugestões dos legisladores de que a equipe da FAA havia priorizado a certificação ao invés da segurança, com objetivo de cumprir as metas de trabalho e remuneração.

FAA assume erro em certificar Boeing 737 Max

Segundo ele, os padrões de segurança dos EUA estão ao mesmo nível dos padrões europeus, ressaltando que um erro humano, ou do piloto, é a causa da maior parte dos acidentes, sendo um fator tão importante quanto o equipamento ou o sistema.

"Embora as cabines sejam cada vez mais automatizadas, o trabalho de pilotar um avião não fica mais fácil [...] É importante manter o piloto envolvido durante o voo. Os humanos não são bons monitores passivos", afirmou Dickson.

A FAA não permitirá que o Max decole antes de 2020, disse o chefe da agência, acrescentando que ele próprio pilotaria a aeronave antes de certificá-la.

Anteriormente, um executivo da Boeing declarou que havia detectado problemas no Max, tendo inclusive alertado a empresa para realizar as alterações necessárias, mas o seu alerta teria sido ignorado e, quatro meses depois, aconteceu o primeiro acidente.

Além das falhas de segurança da Boeing, os executivos da fabricante norte-americana também demoraram para realizar as devidas correções, além do erro cometido pela FAA ao permitir a operação da aeronave, que esteve envolvida em dois acidentes.

Ao todo, nos dois acidentes envolvendo o Boeing 737 Max morreram 346 pessoas, sendo o primeiro em outubro de 2018, com a Lion Air da Indonésia, e o segundo em março de 2019, com a Ethiopian Airlines.

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