ONU expressa 'profunda preocupação' com fim de moratória de testes nucleares norte-coreanos

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse nesta quarta-feira (1º) que estava "profundamento preocupado" com o anúncio do fim da moratória de testes nucleares norte-coreanos. 
Sputnik

"O secretário-geral tem muitas esperanças de que os testes não vão recomeçar, em linha com resoluções relevantes do Conselho de Segurança. A não-proliferação permanece um pilar fundamental da segurança nuclear global e deve ser preservada", afirmou o porta-voz de Guterres, Stepane Dujarric. 

"O engajamento diplomático é o único caminho para a paz sustentável", acrescentou. 

Coreia do Norte condiciona fim dos testes à concessões dos EUA

A Coreia do Norte declarou que não paralisará seus testes com mísseis nucleares até os Estados Unidos fazerem concessões e, além disso, ameaçou produzir uma nova arma estratégica em breve.

O anúncio foi feito pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un, durante reunião do 7º Comitê Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia, que aconteceu entre os dias 28 e 31 de dezembro. 

Um dos principais temas debatidos no encontro foram mudanças na política externa do país asiático. O governo quer alterar suas diretrizes em função da piora das relações entre Washington e Pyongyang. 

Segundo Kim, "nos últimos dois anos", enquanto a Coreia do Norte paralisou seus testes para "construir confiança" com os EUA, os americanos, "longe de responder com medidas apropriadas, conduziram dezenas de grandes e pequenos exercícios militares conjuntos", que o presidente Donald Trump "pessoalmente prometeu acabar". 

Além disso, o líder norte-coreano disse, citado pela agência estatal KCNA, que os EUA "ameaçam a Coreia do Norte por meio do envio de equipamentos de guerra ultramodernos para a Coreia do Sul". 

O líder ainda afirmou que o "mundo testemunhará" a produção de uma "nova arma estratégica" em breve. 

EUA respondem ao anúncio

As relações entre os dois países entraram em crise após a delegação norte-coreana deixar a cúpula realizada na Suécia, em outubro de 2019, afirmando que as negociações eram um erro pois os EUA não faziam concessões. 

Nos últimos meses, Pyongyang vem alertando Washington de que o prazo de um ano dado pela Coreia do Norte para os EUA oferecerem algo em troca da moratória nuclear está se aproximando do fim. 

Após a divulgação das declarações de Kim Jong-un, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, disse que a Coreia do Norte deveria "tomar uma direção diferente", ressaltando que os EUA querem a "paz e não a confrontação". 

Trump, por sua vez, afirmou que Kim tinha assinado um pacto de desnuclearização e que o líder norte-coreano era um "homem de palavra".

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