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'E se Trump atacar instalação do PCC que refina drogas para os EUA?', questiona ex-chefe do GSI

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo Michel Temer, Sérgio Etchegoyen, classificou o ataque dos EUA contra o general iraniano Qassem Soleimani como "extremamente grave". 
Sputnik

Segundo ele, Washington e Teerã, apesar de rivais, não vivem um conflito armado, por isso o gesto do presidente norte-americano, Donald Trump, que ordenou o bombardeio, poderia abrir precedentes perigosos.

"Na minha opinião, a gravidade resulta dos precedentes que isso pode gerar. Imagina se ele [Trump] decide atacar uma instalação do PCC [Primeiro Comando da Capital] que refina drogas para os EUA por aqui?", questionou o general da reserva para o blog de Thales Farias, do UOL. 

Considerado um dos maiores líderes do Oriente Médio e do Irã, Qassem Soleimani, comandande da Força Quds, do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica, foi morto na sexta-feira (3) em um ataque dos EUA nos arredores de Bagdá, quando ele saia do aeroporto internacional da capital. Teerã prometeu vingança

'Trump se atribuiu direito de vida e morte sobre cidadãos'

"Trump se atribuiu direito de vida e morte sobre cidadãos de países com os quais não existe nenhum tipo de conflito além de embates diplomáticos", argumentou o também ex-chefe do Estado Maior do Exército brasileiro

Segundo o governo dos EUA, Soleimani foi responsável pela morte de milhares norte-americanos, e estaria planejando mais ataques contra cidadãos do país. 

'Xerifes do mundo'

"A versão americana é de que se estaria preparando um ataque contra alvos americanos. Se os EUA apresentarem provas disso, reduz-se a repercussão. Mas apenas reduz, pois escancara a atitude norte-americana de xerifes do mundo e a visão extraterritorialista de sua legislação", disse Etchegoyen. 

O ex-chefe do GSI também mencionou o aprofundamento da "imagem de irrelevância" do Conselho de Segurança da ONU. 

Brasil deve ficar de fora

Sobre o Brasil, afirmou que o melhor para o governo é se manter distante da crise. 

"Não temos nada a ver com isso", disse.

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