Para contornar inflação, venezuelanos querem receber em criptomoeda lançada pelo governo

Com os preços subindo constantemente na Venezuela, muitos esperam que a criptomoeda lançada pelo governo em 2017, batizada de Petro, seja utilizada na economia.
Sputnik

Segundo dados da Assembleia Nacional, a inflação de mensal na Venezuela é de 30%.

Javier Suleta, de 68 anos, é aposentado e mora no centro da capital Caracas. Ele acredita que a criptomoeda estatal é uma "esperança".

"Eu vejo 2020 e a economia com muita esperança, espero que a ideia do Petro esteja consolidada, que essa opção tenha realmente se cristalizado e que tenha sido uma alternativa para todos os ensaios. E que isso possa compensar a forte ofensiva econômica que tivemos com tudo isso", diz Suleta à Sputnik. 

A esperança de Suleta e de outros venezuelanos é que seus vencimentos sejam depositados em Petro, para que seu poder de compra não seja prejudicado pela desvalorização da moeda nacional, o Bolívar. 

Os aposentados estão entre os mais afetados pela inflação já que a maioria dos trabalhadores estatais ou de empresas privadas recebe remuneração acima do salário mínimo estabelecido em bolívares, e alguns até mesmo recebem em dólares.

No entanto, os aposentados recebem, com o aumento anunciado neste mês, 250 mil bolívares. Segundo taxa do Banco Central da Venezuela, a quantia equivale a 3,4 dólares. Esta cifra consegue comprar meia caixa de ovos.

"Isso não basta, minha filha faz sobrancelhas, limpa a pele, vende sabonetes, faz de tudo para me manter. Meu marido e eu somos velhos e estamos aposentados, faz cerca de um ano que não conseguimos comprar queijo. Ou temos semanas em que temos que passar com um pacote de arroz e feijão preto. Depois de ter trabalhado a vida toda, quero de uma vez receber em Petro", diz a aposentada Trina Salcedo, de 64 anos. 
Comentar