Na primeira descoberta do tipo após mais de 150 anos, a arte rupestre foi desenterrada na região do Curdistão iraquiano e retrata deuses assírios montados em criaturas míticas em procissão com o rei.
Em 2014, quando o grupo terrorista capturou a cidade vizinha de Mossul, a pesquisa arqueológica do local foi interrompida.
Quando o autoproclamado califado foi derrubado no final de 2019, os arqueólogos puderam voltar e descobrir os tesouros deixados para trás.
"Os relevos rochosos assírios são extremamente raros […] Não há outro complexo de arte rupestre assíria que possa ser comparado com este, com a única exceção do Khinis, na parte nordeste da região", disse ao tabloide britânico Mirro o líder da expedição, Daniele Morandi Bonacossi.
No auge de seus poderes, os combatentes do Daesh estavam a apenas 24 quilômetros do local da escavação. O grupo não tinha piedade na destruição das antiguidades da região, embora também saqueasse artefatos para vender.
Arqueólogos descobrem novas gravuras rupestres assírias no distrito de Faida (Governado de Nineveh, Norte do Iraque, Assíria)
"As ameaças mais graves são o vandalismo, as escavações ilegais e as atividades da aldeia próxima que estão literalmente sitiando o local", explicou Bonacossi.
Arqueólogos fazem descoberta de 3.000 anos de idade no Iraque: Um grupo internacional de arqueólogos do projeto curdo-italiano Faida fez uma descoberta extraordinária no Iraque durante escavações
As figuras nos painéis são mostradas em perfil, viradas para a esquerda, na direção que teria corrido a água do canal de Faida, que fazia parte de uma vasta rede de canais que levavam água para a capital assíria, Nínive, e irrigava as terras circundantes.
Relevos históricos
Entre as divindades retratadas está Ashur, o principal deus assírio, sua esposa Mullissu, o deus da Lua Sin e o deus Sol Shamash, representados como criaturas míticas, incluindo dragões e leões.
"Os relevos nos dizem que a construção deste sistema de irrigação local foi celebrada pelo poder real através da escultura de relevos rochosos", complementou o professor, que acredita que o local poderia guardar mais segredos.
Os relevos foram descobertos por arqueólogos italianos e iraquianos a 20 quilômetros ao sul da cidade curda de Duhok.