O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, pediu nesta terça-feira (4) que a Turquia cumpra rigorosamente o acordo de Sochi sobre Idlib. O diplomata russo afirmou que Ancara não cumpriu com uma série de obrigações essenciais para facilitar a situação na província síria.
Lavrov acrescentou que centenas de militantes estão se mudando da zona de desescalada de Idlib para a Líbia para participar de ofensivas.
De acordo com o chanceler, a Rússia não pode resolver esse problema por conta própria, mas pode exigir a "plena implementação dos acordos existentes sobre Idlib". "Discutimos isso com nossos parceiros turcos", acrescentou Lavrov.
"Estamos recebendo informações sobre o envio de tropas turcas na zona de Idlib, sobre o início de seus confrontos com unidades do exército sírio. Nossos militares estão monitorando essa situação. Segundo nossas informações, que já foram relatadas pelo Estado-Maior, os militares turcos avançaram para determinados locais dentro da zona de desescalada de Idlib, sem nos avisar sobre esses movimentos e, portanto, não pudemos informar o exército sírio sobre isso", afirmou Lavrov em entrevista ao jornal russo Rossiyskaya Gazeta.
"Os ataques foram conduzidos [pelo exército sírio] e a parte turca ameaçou retaliar. Tudo isso é muito triste", completou.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, declarou anteriormente que o país não pretende aumentar as tensões com a Rússia em torno da situação em Idlib, na Síria. Ao mesmo tempo, o presidente turco acrescentou que Ancara impedirá que as forças do governo sírio ganhem terreno na província do noroeste.
O presidente russo, Vladimir Putin, e o seu colega turco, Recep Tayyip Erdogan, assinaram um memorando militar na cidade russa de Sochi em outubro do ano passado, estabelecendo uma zona de segurança de 29 quilômetros na fronteira entre a Síria e a Turquia e reforçando patrulhas policiais regulares para facilitar a retirada de combatentes curdos do norte da Síria.