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MPF entra com ação para impedir nomeação de missionário para Funai

Ministério Público Federal entrou com ação para suspender nomeação de Ricardo Lopes Dias, que atuou como missionário na Amazônia, para coordenadoria-geral de Índios Isolados e Recém Contatados da Funai.
Sputnik

Entidades de defesa dos direitos indígenas consideram que ele poderia adotar medidas para interferir na cultura desses povos. 

A nomeação do missionário para a Fundação Nacional do Índio foi confirmada na semana passada. 

O MPF sustentou "nítido conflito de interesses e incompatibilidade técnica" para justificar a suspensão da nomeação. Para o Ministério Púlico, a indicação é "ilegal". 

Antes dele ser nomeado, a Funai alterou regimentos internos para permitir que o cargo fosse ocupado por alguém que não fosse profissional de carreira da instituição. 

Dias trabalhou 10 anos em missão de evangelização

Dias, formado em teologia e antropologia, trabalhou durante dez anos na Missão Novas Tribos do Brasil (MNTB), que realiza a evangelização de índios na Amazônia.

De acordo com índios da etnia matsés, com quem Dias conviveu no Amazonas, o missionário queria fundar uma igreja na terra indígena Vale do Javari, mas não obteve autorização dos locais. 

A região abriga a maior população de povos indígenas isolados do mundo. 

Caciques da etnia divulgaram carta afirmando que ele manipulou parte dos indígenas e se apropriou de sua cultura. 

De acordo com o Ministério Público, colocar as ações com indígenas isolados nas mãos de um missionário é um risco para a política de não contato adotada pelo Brasil desde a década de 1980 - com ameaça de genocídio e etnocídio dos povos indígenas. 

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