Trump levantará uma série de "preocupações" com o primeiro-ministro indiano durante a viagem, disse uma autoridade da Casa Branca na sexta-feira, destacando a "questão da liberdade religiosa" como "extremamente importante" para o governo dos EUA.
"O primeiro-ministro Modi, em seu primeiro discurso após vencer a eleição no ano passado, falou sobre como ele priorizaria a inclusão de minorias religiosas indianas. E certamente o mundo espera que a Índia mantenha liberdade religiosa e tratamento igual para todos sob o Estado de direito", disse a autoridade a repórteres, fazendo todos os esforços para evitar ofender o aliado dos EUA.
Com as hostilidades entre Nova Deli e Islamabad em um ponto alto - muitas delas decorrentes de conflitos no território disputado da Caxemira -, também se espera que Trump incentive o afastamento dos rivais armados.
Após um ataque de militantes do Paquistão que matou 40 policiais indianos na Caxemira no ano passado e problemas contínuos com o terrorismo na região, Nova Deli revogou o status de autonomia da Caxemira, argumentando que a medida era necessária para reprimir insurgentes armados e desenvolver a região.
O Paquistão repetidamente criticou a decisão, argumentando que o governo indiano está oprimindo cidadãos em seu único estado de maioria muçulmana.
"Acho que o que você ouvirá do presidente encorajará muito a redução das tensões entre a Índia e o Paquistão, incentivando os dois países a dialogar bilateralmente para resolver suas diferenças", prosseguiu a autoridade, observando que o processo pode só avançar se Islamabad intensificar seus esforços contra o terrorismo.
"Continuamos a acreditar que a base principal de qualquer diálogo bem-sucedido entre [Índia e Paquistão] se baseia no impulso contínuo dos esforços do Paquistão para reprimir terroristas e extremistas em seu território. Então continuamos a procurar por isso", complementou.
A Caxemira também aparecerá nas discussões de Trump com Modi, nas quais Washington deve pedir à Índia e ao Paquistão que "procurem manter a paz e a estabilidade ao longo da Linha de Controle (LoC) e se abstenham de ações ou declarações que possam aumentar as tensões na região".
Embora por algum tempo Trump devesse celebrar um pacto comercial significativo na visita, o presidente frustrou essa perspectiva no início desta semana, afirmando que um "grande negócio" só viria depois da sua possível reeleição em novembro. As relações comerciais entre os dois países fracassaram no último ano, com os dois lados aplicando novos impostos sobre os produtos uns dos outros e os EUA retirando a Índia do seu Sistema de Preferências Generalizadas (SPG), que anteriormente concedia isenções tarifárias. O funcionário dos EUA disse que é duvidoso que a Índia tenha restaurado o SPG enquanto Trump está no país.
"Queremos abordar um monte [...] muitas preocupações [comerciais] e ainda não chegamos lá", declarou o funcionário. "Provavelmente teremos discussões com o primeiro-ministro [Modi] sobre essas preocupações e continuaremos a discussão além da visita".