Mistério de perda de brilho de estrela supergigante vermelha pode ter sido desvendado

Os cientistas acreditam que a perda de brilho da estrela, que começou em outubro, não significa que vá se converter em uma supernova.
Sputnik

A supergigante vermelha Betelgeuse começou a recuperar parte de seu antigo brilho depois de este diminuir drasticamente no ano passado, quando causou a impressão de que iria explodir a qualquer momento, transformando-se em uma supernova.

Os astrônomos calcularam a temperatura da estrela para identificar a causa do seu recente escurecimento.

Um novo estudo sugere que a atenuação do brilho foi causada por uma nuvem de poeira que envolveu a Betelgeuse, enfraquecendo a sua luz por algum tempo.

"Julgamos que a perda episódica de massa e o aumento da quantidade de poeira de grandes grãos em torno da estrela, ao longo da nossa linha de visão, seja a explicação mais provável da recente evolução fotométrica da Betelgeuse", explicaram os cientistas em um novo estudo publicado no Astrophysical Journal Letters.

De acordo com a professora de astronomia da Universidade de Washington, Emily Levesque, e do astrônomo do Observatório de Lowell, Phillip Massey, as observações da Betelgeuse captadas no dia 14 de fevereiro no Arizona permitiram calcular a temperatura média da superfície da estrela.

Segundo os cálculos, a temperatura era de aproximadamente 3.325 graus Celsius, ou seja, entre 50 e 100 graus Celsius a menos que a temperatura calculada em 2004.

Dessa forma, os pesquisadores descobriram que a estrela é significativamente mais quente do que se esperava caso a atenuação tivesse sido causada por um resfriamento na superfície da estrela. Além disso, os cálculos apoiam a teoria que sugere que as camadas externas da Betelgeuse tenham se desprendido da estrela.

"Vemos isso o tempo todo em supergigantes vermelhas, e é uma parte normal de seu ciclo de vida. As supergigantes vermelhas ocasionalmente perdem material de suas superfícies, que se condensa ao redor da estrela como poeira [...]", explica Levesque.

"À medida que esfria e se dissipa, a poeira absorve parte da luz em nossa direção, bloqueando nosso campo de visão", concluiu.

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