Ex-capitão do Exército, Bolsonaro contou uma história sobre uma suposta administração de água de coco na veia de soldados feridos durante o conflito bélico que durou entre 1939 e 1945.
"Eu contei uma história bacana da guerra no Pacífico. O soldado chegava sem sangue e não tinha transfusão, não tinha outro para doar. Então, o pessoal lá botou água de coco na veia e deu certo. Serviu como soro, imagina se fosse esperar uma comprovação científica, quantos não morreriam? Aqui a mesma coisa", declarou Bolsonaro, citado pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Sem eficiência científica comprovada em pacientes com novo coronavírus, a cloroquina e a hidroxicloroquina vêm sendo citadas por Bolsonaro há algumas semanas – seguindo uma estratégia do presidente estadunidense Donald Trump – como uma resposta fundamental à pandemia.
Além de minimizar a necessidade de comprovação científica, o presidente destacou que haveria uma "guerra ideológica" por trás da polêmica em torno da substância, que apresenta até o momento registros tanto positivos quanto negativos – ela pode ser fatal em alguns casos, conforme disse o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
"Isso é uma guerra ideológica em cima disso, guerra de poder. Se o pessoal me ajudasse um pouquinho, não me atrapalhasse - não estou me refiro a A, B ou C -, o Brasil ia embora", continuou Bolsonaro.
Mais cedo, o chefe de Estado brasileiro voltou a agradecer à Índia pelo envio de insumos necessários para a fabricação da cloroquina e da hidroxicloroquina no Brasil. A carga deve chegar até o fim de semana ao país.
Nesta semana, o ministro da Saúde comentou que os primeiros resultados científicos em torno da substância defendida por Bolsonaro devem começar a ser conhecidos a partir do dia 20 de abril.