Alegando insatisfação com as prioridades de investigação da PF, o presidente Jair Bolsonaro exonerou, na última sexta-feira (24), o diretor-geral Maurício Leite Valeixo, levando à indignação do seu então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, que se demitiu em seguida.
No mesmo dia, em coletiva de imprensa, Moro explicou as razões para sua saída citando pressões exercidas pelo chefe de Estado sobre a Polícia Federal. Segundo ele, Bolsonaro insistia em substituir Valeixo para colocar em seu lugar alguém que pudesse facilitar seu acesso a detalhes sigilosos de investigações em curso, admitindo que, para ele, era uma questão política.
As declarações do ex-ministro causaram grande comoção no meio político e na opinião pública, levando parlamentares e partidos a pedir o impeachment do presidente e a nulidade da nomeação, feita na última terça-feira (28), de Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e delegado da Polícia Federal desde 2005, para o comando da corporação, justamente por sua proximidade ao presidente e sua família.
No entendimento do ministro Alexandre de Moraes, segundo o G1, dadas essas relações íntimas e as denúncias feitas por Moro, pode ter havido desvio de finalidade na nomeação, "em inobservância aos princípios constitucionais da impessoalidade, da moralidade e do interesse público".
A decisão tomada pelo ministro do Supremo, em resposta a uma ação movida pelo PDT, tem caráter provisório, podendo ser confirmada ou derrubada pelo STF.