Irã: acordo nuclear 'morrerá para sempre' se EUA quiserem estender embargo de armas

O acordo nuclear internacional JCPOA "morrerá para sempre" se o embargo de armas da ONU contra Teerã não for suspenso, advertiu Ali Shamkhani, chefe do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã.
Sputnik

O comentário de Shamkhani também faz referência ao fracasso dos signatários europeus do Plano Conjunto de Ação Integral (JCPOA) em contornar as sanções dos EUA e em cumprir as suas obrigações no âmbito do acordo nuclear.

​O JCPOA morrerá para sempre ao contornar a Resolução 2231 e ao continuar com as sanções ilegais contra o Irã relativas ao armamento. O vírus das sanções é o instrumento dos EUA para a sobrevivência da sua hegemonia em declínio. O que a UE irá fazer: salvar a dignidade e apoiar o multilateralismo ou aceitar a humilhação e ajudar o unilateralismo?

Washington intensificou recentemente seus esforços para tentar prolongar o embargo global à venda de armas a Teerã, apesar da falta de uma justificação legal para o fazer.

Na quinta-feira (30), o secretário de Estado americano Mike Pompeo sugeriu que os EUA tinham o poder de prorrogar a proibição de venda de armas convencionais ao Irã, nos termos da Resolução 2231, apesar de terem abandonado o acordo nuclear iraniano há dois anos.

O chanceler iraniano Mohammad Javad Zarif exortou Pompeo a "deixar de sonhar" com a prorrogação do embargo, afirmando que os EUA não têm qualquer fundamento jurídico para o fazer.

Em maio de 2018, os EUA anularam unilateralmente os seus compromissos no acordo nuclear iraniano (assinado em 2015 pelo Irã e pelos países com assento no Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha) impondo ao Irã duras sanções bancárias e energéticas.

Irã: acordo nuclear 'morrerá para sempre' se EUA quiserem estender embargo de armas

Frente ao fracasso dos signatários europeus do acordo em criar um pacote de medidas para atenuar o golpe econômico causado pelas ações americanas, o Irã renegou algumas das disposições do acordo nuclear, incluindo as limitações ao seu arsenal de urânio e ao seu enriquecimento.

Teerã salientou, contudo, que não tem qualquer intenção de obter armas nucleares ou quaisquer outras armas de destruição maciça, alegando que a posse de tais armas é contrária à fé islâmica do país.

Comentar