O chefe das Relações Exteriores da UE, Josep Borrell, disse hoje (25) durante a conferência anual com os embaixadores alemães, que "os analistas falam há muito sobre o fim de um sistema liderado pelos americanos e a chegada de um século asiático. Isso agora está acontecendo diante de nossos olhos".
A notícia vem relatada no jornal de Hong Kong South China Morning Post e dá conta que Borrell considera que a pandemia deveria ser encarada como um provável ponto de viragem na mudança de poder do Ocidente para o Oriente e que para a UE a "pressão para escolher um dos lados está crescendo".
Borrell acrescentou que o bloco de 27 nações "deve seguir seus próprios interesses e valores e evitar ser instrumentalizado por um ou por outro".
Reconhecendo que o crescimento da China é "impressionante", Borrell afirmou que as relações entre Bruxelas e Pequim "nem sempre foram baseadas na confiança, transparência e reciprocidade".
Para Borrell, "só temos uma chance se lidarmos com a China com disciplina coletiva", observando ele que a próxima cúpula UE–China neste outono poderia ser uma oportunidade para fazê-lo.
"Precisamos de uma estratégia mais robusta para a China, o que também requer melhores relações com o resto da Ásia democrática", acrescentou o chefe da diplomacia da UE.
Falando na mesma conferência, realizada este ano por vídeo devido à pandemia, o ministro alemão das Relações Exteriores, Heiko Maas, ecoou o apelo de Borrell por uma maior transparência da China, referindo-se à política de informação de Pequim durante os primeiros estágios do surto do vírus.
A Alemanha assume em julho a presidência rotativa de seis meses da UE.