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Trump tenta se afastar de 'negacionista' Bolsonaro, diz analista

Ao citar o Brasil como exemplo negativo durante a pandemia de coronavírus, o presidente dos EUA, Donald Trump, busca distanciar-se de Jair Bolsonaro (sem partido), afirma analista ouvida pela Sputnik Brasil.
Sputnik

Ao conversar com a imprensa na Casa Branca, Trump disse que a opção de "fechar o país" salvou vidas e citou o Brasil e a Suécia. "Se você olha para o Brasil, eles estão num momento bem difícil. E, falando nisso, continuam falando da Suécia. Voltou a assombrar a Suécia. A Suécia também está passando por dificuldades terríveis. Se tivéssemos agido assim, teríamos perdido um milhão, 1,5 milhão, talvez 2,5 milhões ou até mais", afirmou o presidente dos Estados Unidos.

Com mais de 110 mil mortes causadas pelo coronavírus, os Estados Unidos são o país em que a pandemia foi mais letal, de acordo com a Universidade John Hopkins. Reino Unido (40.680 óbitos) e Brasil (36.445) completam a lista das nações em que o coronavírus custou mais vidas.

A professora de Relações Internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) Denilde Holzhacker avalia que a crítica de Trump causa constrangimento para Bolsonaro e para o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que busca sempre reafirmar a importância do laço entre Brasília e Washington. Em nota sobre a doação de cloroquina dos EUA ao Brasil, medicamento defendido por Bolsonaro e Trump apesar de ter seu uso questionado por autoridades médicas, o Itamaraty escreveu que o episódio mostra a "estreita colaboração" entre os dois países. 

A analista afirma que a fala de Trump mostra uma "tentativa de se distanciar de governos como o de Bolsonaro, que é negacionista e que tomou atitudes que, ao ver da Organização Mundial da Saúde (OMS), das organizações internacionais e de grande parte dos países, [vão] na contramão do que se esperaria do combate à pandemia".

"Trump tem sido questionado pelas suas ações frente ao combate à pandemia e também, com o aumento da crítica e das manifestações contrárias ao seu governo, ele tem tentado mostrar que teve medidas do governo federal, que foi um governo ativo", diz a professora da ESPM. 

Ainda de acordo com a analista, recentes ações do governo Trump mostram que, para os Estados Unidos, a parceria com o Brasil "já foi mais importante".

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