Em sua decisão, o juiz Bruno Savino, da Justiça Federal de Juiz de Fora, afirmou que "todos os processos foram esgotados", embora tenha acrescentado que o caso poderia ser retomado "na hipótese de surgimento de novos elementos de informação".
Com esta decisão, o juiz segue as recomendações do Ministério Público, que no início deste mês já solicitava que o caso fosse arquivado.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) concluiu que Adélio Bispo de Oliveira "concebeu, planejou e realizou o ataque" sozinho. Pouco antes, a Polícia Federal já havia reiterado pela segunda vez que não havia provas de que ele estava agindo por ordem de outra pessoa.
Esta é a segunda investigação que conclui que o agressor agiu por conta própria. A primeira começou e terminou em setembro de 2018 e chegou à mesma conclusão, embora ela tenha enfatizado que o agressor tentou matar Bolsonaro por razões políticas.
O agressor, com sérios problemas mentais, foi acusado de um crime de ataque pessoal "por inconformidade política", um crime previsto na Lei de Segurança Nacional, e agora está preso indefinidamente em um centro psiquiátrico.
O processo é provisório, pois existem ações pendentes que dependem de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e que têm a ver com o acesso ao telefone celular do advogado do agressor.
Os investigadores ainda não conseguiram acessar essas informações porque a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) interpôs um recurso para proteger sua privacidade, e o Supremo ainda não tomou uma decisão.
A defesa não foi contratada pelo próprio acusado ou por sua família, e os investigadores não conseguiram identificar quem financiou o advogado.
Fontes policiais informaram, no entanto, que os indícios apontam que o advogado provavelmente defendeu seu cliente sem pagamentos de ninguém, considerando a visibilidade que o impacto da mídia no caso lhe daria.
Desde o início, Bolsonaro e o seu círculo interno sempre disseram acreditar que haveria algum mandante para o ataque, inclusive divulgando notícias falsas para culpar grupos e partidos de esquerda.
No entanto, quando em maio do ano passado a Justiça declarou que Bispo de Oliveira não poderia ser acusado por sofrer de um distúrbio mental que o impedia de tomar conhecimento de suas ações, a defesa de Bolsonaro cumpriu a decisão e não interpôs recurso.