Dmitry Peskov, porta-voz do presidente russo, chamou de mentira a publicação do New York Times sobre o "conluio" de Moscou com o Talibã.
"Antes de mais nada, estas alegações são mentiras. Em segundo lugar, se nos Estados Unidos os serviços secretos continuam sendo subordinados ao presidente, então sugiro que nos guiemos pelas declarações relevantes do presidente Trump, que já avaliou essas publicações", acrescentou o porta-voz do Kremlin.
Ele também lamentou que, nos últimos anos, as mídias mundiais "maiores", "mais respeitadas" e "de primeira linha" tenham cada vez "menos vergonha em publicar coisas propositadamente falsas, o que, naturalmente, não ajuda a manter seu alto renome e prestígio".
Peskov também observou que Putin e Trump não discutiram este tópico em 2020.
Zamir Kabulov, representante especial do presidente russo e diretor do segundo departamento asiático, chamou a publicação da mídia norte-americana de uma continuação da luta partidária interna nos Estados Unidos.
"Já comentamos anteriormente a publicação do New York Times. Foi criado alarido demais em torno de uma clara falsificação, que até Trump e sua administração têm desmentido [...] Acho vergonhoso passarmos tempo demais comentando mentiras descaradas. É evidente que há forças nos Estados Unidos que não querem sair do Afeganistão, [que] querem justificar seu próprio fracasso. Está tudo girando em torno disso", disse Kabulov.
No entanto, na noite de domingo (28) para segunda-feira (29), o jornal Washington Post publicou outro artigo sobre o mesmo assunto, novamente com referência a fontes não nomeadas, alegando que vários militares norte-americanos foram supostamente mortos no Afeganistão por causa do "conluio" entre Moscou e o Talibã.
Na semana passada, o New York Times citou funcionários anônimos da inteligência norte-americana, escrevendo que a inteligência militar russa havia alegadamente se oferecido para pagar a militantes do Talibã por ataques aos soldados norte-americanos no Afeganistão, embora sem fornecer evidências disso.
Após a publicação, diplomatas russos em Washington relataram ameaças. A embaixada exigiu uma resposta adequada por parte das autoridades do país.
O presidente dos EUA, Donald Trump, negou a legitimidade da afirmação. A Casa Branca também criticou o artigo, observando que a inteligência não relatou nada semelhante. Mais tarde, surgiu também uma refutação do Talibã.