Durante esta era da história da Terra, artrópodes (animais com exoesqueletos, como insetos, crustáceos, escorpiões e caranguejos-ferradura) podiam variar muito em tamanho, de minúsculos a enormes.
No portal científico The Conversation, uma equipe de cientistas da Austrália e da Alemanha apresentou em 3 de março seu estudo sobre os gigantescos escorpiões que outrora percorriam as águas australianas.
Alguns artrópodes paleozoicos incluíam-se entre o grupo dos maiores animais da Terra na época. Entre eles havia um extinto escorpião do mar, o Eurypterida.
Gigantescos escorpiões do mar eram os titãs submarinos da pré-história
Embora o Eurypterida se parecesse amplamente com escorpiões por sua semelhança corporal, apesar de concebida para nadar, eles não eram propriamente escorpiões. Seriam uma espécie de "primos dos escorpiões modernos", referem os autores.
Os escorpiões marinhos estão entre os maiores predadores marinhos que já surgiram no registro fóssil, incluindo uma espécie que se pensa ter tido mais de 2,5 metros de comprimento, o escorpião Jaekelopterus rhenaniae.
Na época, alguns destes gigantes ocupavam o mesmo lugar na cadeia alimentar que o grande tubarão branco moderno.
Segundo os cientistas, seriam provavelmente nadadores ágeis, usando seus grandes membros dianteiros, armados com garras, para pegar suas presas, que depois esmagariam entre estruturas semelhantes a dentes em suas patas.
Não havendo ainda certeza sobre sua alimentação, os pesquisadores acreditam que peixes e artrópodes menores estivessem no cardápio.
Uma história fascinante
Durante sua pesquisa, os cientistas não se limitaram a um novo olhar sobre os registros fósseis dos escorpiões coletados desde 1899. Eles efetuaram o que chamaram de "viagem de descoberta paleontológica [que] descobriu muitos fósseis de escorpiões marinhos que não haviam sido notados anteriormente. Como resultado, agora temos provas de possíveis seis grupos diferentes que existiam na Austrália".
O que mais se destacou foi o Pterygotidae, uma família de escorpiões marinhos que atingia 2,5 metros de comprimento. Embora já houvesse registros anteriores, a abundância de material coletado em diferentes locais, e referente a vários períodos de tempo, surpreendeu os pesquisadores.
No entanto, os cientistas salientam que, não obstante os registros recolhidos, mantém-se a falta geral de informações sobre esses animais.
Por isso, pesquisas futuras envolverão a revisão dos locais onde estes espécimes foram originalmente coletados, na esperança de encontrar registros mais completos.
Isto não só ajudará a documentar melhor as espécies de escorpiões marinhos australianos, mas também permitirá uma compreensão mais completa dos ambientes em que eles viveram.
Os cientistas não têm dúvidas. "Há muito a descobrir sobre estes titãs que nadavam através dos oceanos pré-históricos da Austrália", concluíram.