O relatório sobre os sistemas de mísseis nucleares e balísticos desenvolvidos por Pyongyang, divulgado pelo CRS nesta terça-feira (14), indica que os recentes testes de mísseis do país asiático "podem visar mais do que uma simples declaração política, podendo se destinar a aumentar a confiabilidade, eficácia e capacidade de sobrevivência de seus mísseis balísticos".
"Os recentes avanços no programa de testes de mísseis balísticos da Coreia do Norte parecem se destinar a desenvolver capacidades para neutralizar ou baixar a eficácia das defesas antimísseis implantadas na região: Patriot, sistemas de defesa antimíssil Aegis e THAAD", refere o relatório.
O documento centra-se em três novos sistemas de mísseis testados nos últimos anos pela Coreia do Norte: o KN-23, KN-24 e KN-25. A semelhança entre estes mísseis balísticos de curto alcance levou erradamente a acreditar, quando eles estavam sendo testados em 2019 e 2020, que poderiam ser a mesma arma.
Os três são lançados de plataformas móveis instaladas em caminhões e seguem "trajetórias de voo atípicas", projetadas para enganar os sistemas de defesa antiaérea. Possuem também os três um alcance bastante limitado. O mais potente, o KN-23, parece ter um alcance inferior a 692 km, de acordo com o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS).
Segundo observa o relatório, o KN-24 "demonstra possuir um sistema de orientação e capacidade de manobra em voo para realizar ataques de precisão". Além disso, o documento adverte que o míssil poderia ser um sistema de dupla capacidade, ou seja, que pode ser equipado com ogivas tanto convencionais como nucleares.
Em relação ao último sistema, o KN-25, o relatório afirma que ele "esbate a fronteira entre foguete e míssil", possui "aviônica avançada, sistemas de navegação por inércia e por satélite e uma estrutura aerodinâmica".
Esta arma, segundo o relatório, parece ser um espécie de lançador múltiplo de foguetes, semelhante ao sistema HIMARS do Exército dos EUA. Além disso, o documento observa que o Exército Popular da Coreia do Norte poderia tentar realizar um lançamento massivo a fim de confundir a rede de defesa adversária.
Outro documento do governo japonês publicado no início desta semana emitiu um alerta semelhante sobre as capacidades dos mísseis da Coreia do Norte, focando a atenção no fato de Pyongyang poder estar desenvolvendo um míssil balístico de baixa trajetória, capaz de evadir rede de defesa antimíssil do Japão e de lançar um ataque nuclear contra o território japonês.