Uma colaboração global de telescópios, incluindo o da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), chamada Integral, detectou a fonte das rajadas rápidas de rádio no espaço, descobrindo que essas rajadas parece que são emitidas por magnetares, restos estelares com campos magnéticos intensos, informa o portal SciTechDaily.
As FRB, descobertas pela primeira vez em 2007, são ondas de rádio luminosas que pulsam no espaço por apenas alguns milissegundos e depois desaparecem para raramente serem vistas novamente. Há anos os astrônomos tentam encontrar a fonte e origem das FRB, e a descoberta parece oferecer uma chave para novos conhecimentos sobre o fenômeno.
Era conhecido que os magnetares emitem raios X, mas segundo relatou Sandro Mereghetti, do Instituto Nacional de Astrofísica (INAF-IASF, na sigla em italiano) em Milão, Itália, e autor principal do estudo publicado na revista científica The Astrophysical Journal Letters, o Integral detectou também ondas de rádio.
"O 'Sistema de Alerta de Rajada' do Integral alertou automaticamente os observatórios do mundo inteiro sobre a descoberta em poucos segundos, horas antes de qualquer outro alerta ser emitido, permitindo à comunidade científica agir rapidamente e explorar esta fonte em mais detalhes", explicou Mereghetti.
As características do Integral permitiram aos astrônomos atribuir a fonte de ondas de rádio à estrela, enquanto a maioria dos outros satélites não foi capaz de identificar a localização da rajada.
A fonte magnetar, SGR 1935+2154, descoberta há seis anos na constelação Vulpecula em nossa galáxia Via Láctea, tornou-se ativa novamente no final de abril, emitindo não apenas raios X, mas também ondas de rádio.
"Esta é a primeira conexão observacional entre magnetares e explosões rápidas de rádio", afirma Mereghetti. "É realmente uma grande descoberta e ajuda a jogar luz na origem destes fenômenos misteriosos".
História da pesquisa
Os magnetares estão se tornando cada vez mais populares entre os astrônomos, pois acredita-se que eles desempenham um papel fundamental na realização de diferentes eventos no Universo, desde explosões de supernovas superluminosas até grandes explosões de raios gama distantes.
O observatório espacial de alta-energia Integral, lançado em 2002, possui quatro instrumentos capazes de observar e obter simultaneamente imagens de objetos cósmicos em raios gama, raios X e luz visível.
A localização da origem das explosões de rádio tem sido um enigma para os cientistas desde sua descoberta inicial, dando mesmo origem a suposições de uma conexão com a inteligência extraterrestre. Mais recentemente, no entanto, surgiram sugestões de que os sinais de rádio poderiam emanar de magnetares, embora suas pistas tipicamente levem a outras galáxias, não à Via Láctea.