Nesta quarta-feira (26), Grécia, Chipre, Itália e França iniciaram exercícios militares no leste do Mediterrâneo, em meio à disputa por recursos energéticos na região entre Turquia e Grécia.
O exercício militar conjunto, chamado Eunomia, ocorre na costa sul do Chipre e está previsto para acabar em 28 de agosto. Nikolaos Panagiotopoulos, ministro da Defesa grego, afirmou em nota que a ação visa demonstrar o compromisso dos quatro países europeus "com o Estado de Direito como parte da política de redução das tensões".
As tensões e a instabilidade no leste do Mediterrâneo "aumentaram devido aos conflitos prolongados na região, bem como ao aumento do atrito em várias questões relacionadas ao espaço marítimo", explica o comunicado que acrescenta que "essas tensões são agravadas pela descoberta de recursos naturais em alto mar na região, dando origem a repetidas violações da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar".
'Zona de tensão'
A ministra das Forças Armadas da França, Florence Parly, anunciou que Paris enviou para os exercícios três caças Rafale e uma fragata Lafayette. "O leste do Mediterrâneo está se tornando uma zona de tensão. O respeito ao direito internacional deve ser a regra e não a exceção", acrescentando que a região "não deve ser playground para as ambições de alguns".
O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, durante coletiva de imprensa na terça-feira (25) com o homólogo alemão Heiko Maas, afirmou que Ancara não hesitará se um eventual conflito ocorrer com Grécia. "Faremos o que for necessário, sem hesitação", garantiu Cavusoglu.
Grécia e Turquia são países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Em julho, as duas nações entraram em confronto em meio à descoberta de depósitos de petróleo e gás em uma região marítima disputada na costa da ilha de Creta. As tensões aumentaram quando Ancara enviou unilateralmente um navio para o potencial local de perfuração.