Em entrevista publicada pela emissora Rossiya 1, o primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinyan, afirmou que "há guerra" na região de Nagorno-Karabakh, tendo em vista que há uma intensa movimentação de tropas no local. O premiê, que está engajado em tentativas de diminuir a tensão na região, afirmou ainda que tem informações de que a Turquia estaria envolvida no conflito por meio de conselheiros militares.
"De acordo com informações confiáveis, instrutores militares [da Turquia] e de alto-escalão militar estão atualmente em postos de comando azeris, e ocasionalmente estão a cargo de atividades de combate", disse o premiê armênio na entrevista.
Mais cedo, o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, também deu declarações a respeito, afirmando que seu governo está comprometido a manter o diálogo sobre o conflito e negou que haja participação da Turquia na região. Segundo o presidente, houve apenas apoio moral turco na questão. O líder também afirmou que a resposta de Baku teria sido "adequada". O governo azeri declarou ainda que não tem nenhum envolvimento com a queda de uma aeronave armênia na região.
No domingo (27), forças armênias e azeris engajaram-se em conflitos na região autônoma de Nagorno-Karabakh, deixando mortos e dezenas de feridos, além da destruição de veículos como tanques e blindados, e também de infraestrutura civil.
Diante da tensão militar, ambos os países declararam lei marcial em algumas regiões. O premiê armênio apelou para que não houvesse interferência de outros países no conflito para evitar que as tensões se espalhem. Apesar disso, a Turquia tem dado declarações de apoio ao lado azeri. Rússia e OTAN apelaram para o cessar das tensões.
A região de Nagorno-Karabakh, também conhecida como República de Artsakh, é uma região autônoma de maioria armênia que declarou independência da então República Soviética do Azerbaijão, em 1991.