Anteriormente o presidente russo, Vladimir Putin, declarou que as autoridades do país tinham discutido com a Alemanha a extradição de Khangoshvili.
De acordo com as fontes da Sputnik nos serviços de segurança russos, Hangoshvili era membro da facção terrorista de Shamil Basaev, Khattab, Abu Hawsa e Abu Zeita, que executaram um dos ataques terroristas mais sangrentos da história da Rússia.
Beslan e metrô de Moscou
Em 2004, Khangoshvili esteve envolvido no planejamento e preparação dos ataques terroristas em Beslan e no metrô de Moscou.
Zelimkhan Khangoshvili esteve envolvido na tomada de reféns em uma escola de Beslan, onde morreram 334 pessoas, incluindo 186 crianças – talvez o mais grave e horrível crime terrorista.
Ossétia do Sul
Zelimkhan Khangoshvili, o cidadão da Geórgia morto na Alemanha, participou em 2006 da preparação de um grupo terrorista para o envio ao Cáucaso do Norte, um dos objetivos do qual era realizar provocações contra as forças de paz russas na Ossétia do Sul, disse à Sputnik uma fonte nos serviços de segurança russos familiarizada com o processo criminal.
"Em 2006, perto do povoado de Duisi, na Geórgia, Hangoshvili realizava o treinamento de um grupo de terroristas envolvendo até 50 homens para seu posterior envio para o Cáucaso do Norte, bem como para execução de provocações contra as forças de paz russas enviadas para estabilizar a situação na Ossétia do Sul", ressaltou a fonte.
Envio de terroristas para a Síria
Em 2013, Hangoshvili organizou uma rede de envio de terroristas do desfiladeiro de Pankisi, na Geórgia, para a Síria através da Turquia, segundo a fonte.
"Em 2013, morando no território da Geórgia, Khangoshvili exerceu o papel de coordenador regional na rede da organização terrorista internacional Emirado do Cáucaso [organização terrorista proibida na Rússia], manteve contatos com Doku Umarov e membros da organização no exterior", explicou fonte à Sputnik.
Além disso, Khangoshvili recrutou jovens no desfiladeiro de Pankisi para ingressarem nas fileiras dos terroristas.
"Foi ele quem organizou o canal ilegal de passagem de terroristas treinados e de armas através da Turquia para a República da Síria, onde já decorria a guerra civil", adicionou a fonte.
História do terrorista Zelimkhan Khangoshvili
De acordo com as fontes, Khangoshvili juntou-se aos combatentes terroristas no Cáucaso do Norte em 1999, com 20 anos de idade. O primeiro episódio de ataque do qual ele é acusado foi a incursão contra a povoação de Chervlennaya, na Chechênia. Durante o ataque foram mortos 20 soldados e 28 ficaram feridos.
Em 2003 ele ficou sob o comando de Abu Zeita, emissário da Al-Qaeda (organização terrorista proibida na Rússia) no Cáucaso do Norte que esteve diretamente envolvido no ataque à escola em Beslan.
Em 2005, Khangoshvili foi transferido para a Geórgia com passaporte falsificado. Lá, segundo as fontes, ele recebia e posteriormente distribuía dinheiro para apoiar os terroristas.
De acordo com materiais das autoridades russas, entre 2009 e 2012 Khangoshvili organizou um campo de treinamento para terroristas no desfiladeiro de Pankisi, onde eles receberam formação em disciplinas de tiro, táticas, detonação de minas e sabotagem.
Os alunos graduados desta "escola" eram enviados à Rússia e completavam as fações terroristas de Doku Umarov – este último foi responsável pela explosão no Nevsky Express em 2009, que causou 28 mortos e mais de 130 feridos, pelos atentados terroristas no metrô de Moscou em 2010, provocando 41 mortos e 88 feridos, e no aeroporto Domodedovo em 2011, causando 37 mortos e 170 feridos.
Em 23 de agosto de 2019, Khangoshvili, de 40 anos de idade, foi morto a tiros no parque de Tiergarten em Berlim, o suspeito é o cidadão russo Vadim Sokolov. De acordo com os investigadores alemães, o suposto assassino se aproximou de Khangoshvili em uma bicicleta disparando contra ele. O homem morreu no local.