Autor de uma pesquisa que levou cerca de dez anos e mapeou as estatísticas de homicídios na Europa do século XIII ao século XXI, Eisner foi entrevistado pelo programa Mundo da Ciência, na emissora sueca SVT, na segunda-feira (12).
De acordo com o estudo de Manuel Eisner, que cobre mais de 800 anos, a taxa de homicídios caiu de quase um em cada mil habitantes para um em cada 100 mil habitantes na Europa. "Um Estado mais pronunciado, maior alfabetização e melhor autocontrole [das pessoas] são algumas das razões possíveis para a redução da taxa de homicídios", afirma o pesquisador no programa.
Criminalidade sobe na Suécia
Uma pesquisa recente da agência governamental sueca Conselho Nacional Sueco para Prevenção de Crimes relatou que um número recorde de suecos foram expostos a crimes como ameaças, agressão e roubo. Dessa forma, a percepção de insegurança no país escandinavo também atingiu níveis recordes.
Cerca de 9,2% dos entrevistados admitiram ter sido expostos a ameaças em algum momento de 2019, enquanto 3,6% declararam que foram vítimas de agressão e 1,5% foram roubados. Esses são os números mais altos já registrados na Suécia.
A pesquisa também registrou um aumento na percepção de insegurança, com os homens, principalmente, preocupados em serem roubados e as mulheres preocupadas com a agressão sexual. Geralmente, a proporção daqueles que estão preocupados com o crime na sociedade aumentou para quase metade da população, 47%, outro recorde.
Mentiras e estatísticas
Muitos suecos utilizaram as redes sociais para questionar o estudo de Eisner e interpretaram os resultados como uma tentativa de relativizar a violência na sociedade atual. "Uma tentativa desesperada de relativizar a violência que aumentou nos últimos dez anos", disse um internauta.
800 anos atrás, você morria de todas as infecções graves? Qualquer agressão podia ser fatal devido à inexistência de assistência médica. Mas é claro, o objetivo é mostrar que a explosão de violência dos últimos anos na Suécia é realmente como sempre foi, então não importa.
"Existem três tipos de mentiras: mentiras, malditas mentiras e estatísticas", afirmou outro usuário do Twiter, citando um ditado popularizado pelo escritor norte-americano Mark Twain e atribuído ao primeiro-ministro britânico Benjamin Disraeli.