Atenas chama de ilegal extensão da presença de Ancara no leste do Mediterrâneo

Historicamente tensa, a relação entre Grécia e Turquia tem sofrido um novo revés em 2020, com Ancara começando a perfurar gás natural em áreas contestadas por Grécia e Chipre.
Sputnik

Atenas contestou na segunda-feira (19) a legitimidade da intenção da Turquia de alargar a área no leste do Mediterrâneo onde tem autoridade para conduzir operações de busca e salvamento, dizendo que cobre áreas dentro da jurisdição da Grécia.

No sábado (17), o ministro dos Transportes turco, Adil Karaismailoglu, designou uma grande porção do leste do Mediterrâneo que se estende de Creta ao Chipre como uma área na qual os militares de Ancara podem realizar operações de busca e salvamento.

"Com este passo, que se soma a outras contínuas provocações, Ancara redefiniu unilateral e arbitrariamente a fronteira de uma zona marítima de responsabilidade dentro de sua jurisdição. Esta decisão é claramente ilegal, pois abrange áreas que pertencem não apenas à jurisdição grega, mas também à soberania grega", disse o porta-voz do governo grego, Stelios Petsas, em um briefing.

Segundo o oficial grego, o raciocínio por trás da decisão da Turquia não se baseia em "critérios operacionais" e não procura salvar vidas. Ao cruzar para a área de busca e salvamento da própria Grécia, a nova área turca também cruza para uma zona grega de controle de voo, a chamada região de informação de voo de Atenas, explicou Petsas.

As operações de busca e salvamento da Turquia são realizadas pelo Batalhão de Busca e Salvamento de Desastres Naturais das Forças Armadas da Turquia, criado em 2001.

As relações entre a Grécia e a Turquia têm sido historicamente turbulentas, mas se deterioraram ainda mais no início de 2020, quando a Turquia iniciou a perfuração de gás em áreas do leste do Mediterrâneo. Áreas que tanto a Grécia quanto o Chipre reivindicam como parte de suas zonas econômicas exclusivas.

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