A família do emir do Qatar divulgou em suas redes sociais uma lista de marcas francesas que são vendidas no país e instou seus cidadãos a não comprarem os produtos das empresas. A varejista Al Meera também divulgou em redes sociais que removeu todos os produtos franceses de suas lojas até segundo aviso.
Já a Universidade do Qatar decidiu adiar um evento cultural que seria realizado durante o ano da França no Qatar, dizendo que "quaisquer ataques contra o Islã e seus símbolos são inaceitáveis".
Diante de pedidos semelhantes de boicote em outros países islâmicos, a chancelaria francesa emitiu um comunicado neste domingo (25) afirmando que as medidas não têm fundamento.
"Os pedidos de boicote não têm fundamento e devem ser interrompidos imediatamente, como todos os ataques contra nosso país cometidos por uma minoria radical", disse o comunicado do Ministério das Relações Exteriores da França.
No sábado (24), o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, também criticou Macron, chegando a dizer que o presidente francês precisa de "tratamento mental". Em resposta, a França convocou seu embaixador na Turquia de volta a Paris.
Em 21 de outubro, Macron fez um discurso durante uma cerimônia em homenagem ao professor de História francês, Samuel Paty, que foi brutalmente assassinado por um radical islâmico. No discurso, o francês pediu para "libertar o Islã na França da influência estrangeira e fortalecer o controle sobre o financiamento das mesquitas" e também enfatizou que a França continuará a defender a liberdade de expressão.
Em 16 de outubro, a França foi abalada pela decapitação de Paty nos arredores de Paris. O professor havia mostrado caricaturas do profeta islâmico Maomé a seus alunos como parte de uma discussão sobre liberdade de expressão. O assassino foi morto a tiros pela polícia no mesmo dia e o assassinato foi classificado como ato terrorista pelo governo francês.