Um iceberg gigante de 7.200 km² está se direcionado para a ilha Geórgia do Sul, gerando preocupações de que venha a afetar a vida selvagem e a economia do território britânico.
A ilha de gelo se soltou da plataforma de gelo Larsen C, na costa peninsular do leste da Antártica, em 2017 e tem um tamanho similar à Geórgia do Sul, com 150 quilômetros de comprimento e 48 quilômetros de largura.
Desde que se soltou, o atualmente maior iceberg de no mundo se deslocou 1.400 quilômetros para norte e está agora a 500 quilômetros da Geórgia do Sul.
O maior iceberg do mundo, o A-68A, está agora a 130 quilômetros a noroeste das ilhas Órcades do Sul. Enquanto isso, o iceberg A-68C está passando 260 quilômetros à frente em correntes que, aparentemente, levam ambas em direção à Geórgia do Sul.
Nesta quarta-feira (5), em uma entrevista ao jornal Guardian, a glaciologista da Parceria do Programa Antártico Australiano, Sue Cook, disse que o iceberg seguia um caminho semelhante a outros que se soltaram do continente do Polo Sul, mas que seu destino final ainda é imprevisível devido ao clima, às correntes, ao tamanho e formato da estrutura de gelo.
"Ele raspa o fundo do mar e afeta as comunidades de animais marinhos lá presentes. Se ficar preso no local errado, isso pode afetar a navegação", disse ela.
Imagens de satélite sugerem que o mais provável é que chegue próximo do território britânico mas que depois se afunde no oceano.
O professor Geraint Tarling, da Pesquisa Britânica da Antártica, manifestou preocupação sobre um potencial impacto sobre a ilha. "A existência de um iceberg próximo tem enormes implicações para onde os predadores terrestres podem se alimentar".
"Quando se fala de pinguins e focas durante o período que é realmente crucial para eles - durante a criação de filhotes - a distância real que eles têm que percorrer para encontrar alimento é realmente importante. Se eles tiverem que fazer um grande desvio, isso significa que não vão voltar a tempo de evitar morrerem de fome nesse período", acrescentou.
Tarling explicou que, embora a recuperação do ecossistema seja possível, persiste o risco de o iceberg permanecer próximo da ilha por uma década.
"Isto faria uma grande diferença, não somente para o ecossistema da Geórgia do Sul mas para sua economia também", afirmou o especialista.