Médicos na Espanha pedem a renúncia do chefe do combate à COVID-19 no país

Conselho Geral das Associações de Médicos da Espanha fala em incapacidade de Fernando Simón ao longo da evolução da pandemia.
Sputnik

O Conselho Geral das Associações de Médicos da Espanha pediu neste sábado (14) a renúncia do diretor do Centro de Coordenação de Alertas e Emergências, Fernando Simón, em função de "sua incapacidade manifesta e prolongada ao longo da evolução da pandemia" de COVID-19, escreve o El Períodico de Catalunya.

Os médicos pediram, no comunicado divulgado à imprensa, "respeito, reconhecimento, participação e dignidade". Eles também querem uma "mudança de direção" na gestão da crise sanitária e a criação de um comitê de especialistas independentes.

Médicos na Espanha pedem a renúncia do chefe do combate à COVID-19 no país
A crise na saúde espanhola ganhou força nos últimos dias após Simón ter dito na quinta-feira (12), em declaração sobre o número de infecções entre profissionais da saúde, que agora "há um aprendizado com relação à primeira onda".

"Os gestores fazem melhores circuitos de atendimento nos hospitais. E, obviamente, os profissionais de saúde se comportam melhor, evitando o contágio fora de seu espaço de trabalho", afirmou Simón.

O Conselho Geral das Associações de Médicos da Espanha assinalou que repudia essas palavras. Eles lembram que 72 médicos morreram durante o trabalho desde março e que centenas de profissionais estão lutando para superar as sequelas da infecção.

Segundo os médicos, as palavras de Simón são "um ato de desmotivação, incompreensão e falta de sensibilidade", e podem ser interpretadas como "um manifesto desconhecimento do trabalho, da responsabilidade e da vocação dos profissionais médicos".

​O CGCOM pede a destituição do diretor do Centro de Coordenação de Alertas e Emergências de Saúde do Ministério da Saúde, Fernando Simón.

As associações médicas pedem uma retificação pública e lembram que esta não é a primeira vez que expressam seu desconforto com declarações ou ações "impróprias" do chefe médico do governo espanhol para a pandemia.

Os médicos apontam a ausência de um comitê de especialistas formado por profissionais reconhecidos, independentes e transparentes, e de um sistema de avaliação para melhorar a resposta aos surtos da doença.

A Espanha acumula 1.458.591 casos de COVID-19 e 40.769 mortes, de acordo com dados oficiais.

Comentar