O Conselho Geral das Associações de Médicos da Espanha pediu neste sábado (14) a renúncia do diretor do Centro de Coordenação de Alertas e Emergências, Fernando Simón, em função de "sua incapacidade manifesta e prolongada ao longo da evolução da pandemia" de COVID-19, escreve o El Períodico de Catalunya.
Os médicos pediram, no comunicado divulgado à imprensa, "respeito, reconhecimento, participação e dignidade". Eles também querem uma "mudança de direção" na gestão da crise sanitária e a criação de um comitê de especialistas independentes.
"Os gestores fazem melhores circuitos de atendimento nos hospitais. E, obviamente, os profissionais de saúde se comportam melhor, evitando o contágio fora de seu espaço de trabalho", afirmou Simón.
O Conselho Geral das Associações de Médicos da Espanha assinalou que repudia essas palavras. Eles lembram que 72 médicos morreram durante o trabalho desde março e que centenas de profissionais estão lutando para superar as sequelas da infecção.
Segundo os médicos, as palavras de Simón são "um ato de desmotivação, incompreensão e falta de sensibilidade", e podem ser interpretadas como "um manifesto desconhecimento do trabalho, da responsabilidade e da vocação dos profissionais médicos".
O CGCOM pede a destituição do diretor do Centro de Coordenação de Alertas e Emergências de Saúde do Ministério da Saúde, Fernando Simón.
As associações médicas pedem uma retificação pública e lembram que esta não é a primeira vez que expressam seu desconforto com declarações ou ações "impróprias" do chefe médico do governo espanhol para a pandemia.
Os médicos apontam a ausência de um comitê de especialistas formado por profissionais reconhecidos, independentes e transparentes, e de um sistema de avaliação para melhorar a resposta aos surtos da doença.
A Espanha acumula 1.458.591 casos de COVID-19 e 40.769 mortes, de acordo com dados oficiais.