O corpo de Beto Freitas foi velado sob um véu branco no cemitério São João, em Porto Alegre, com a presença de familiares da vítima. Sobre o caixão foi posta uma bandeira do clube de futebol São José, do qual o homem era torcedor.
Conforme publicou o jornal Folha de São Paulo, a viúva de Freitas, Milena Borges Alves, colocou uma aliança do corpo de Beto Freitas, com quem se casaria em dezembro. Ainda segundo a publicação, havia pessoas com cartazes pedindo justiça pelo assassinato. Um cortejo acompanhou o caixão de Beto Freitas até o local do sepultamento.
Um protesto silencioso também reuniu centenas de pessoas em homenagem a Beto Freitas nas ruas de Porto Alegre, como mostram registros nas redes sociais.
Freitas, de 40 anos, foi espancado por seguranças por cerca de cinco minutos em um supermercado da rede Carrefour, em Porto Alegre. A morte do homem negro na véspera do Dia Nacional da Consciência Negra gerou protestos em diversas cidades brasileiras. Em São Paulo, um dos mercados da rede foi invadido e depredado por manifestantes.
Autoridades dos 3 poderes lamentam morte; Bolsonaro diverge
Autoridades brasileiras se manifestaram sobre o espancamento. A ministra da Mulher e Direitos Humanos, Damares Alves, afirmou que as imagens do espancamento são "chocantes" e causam "indignação e revolta". O presidente da Câmara dos Deputados afirmou em redes sociais que "a cultura do ódio e do racismo deve ser combatida na origem". O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Luiz Fux, também lamentou o fato.
Já o vice-presidente Hamilton Mourão lamentou o ocorrido, mas afirmou que "não existe racismo no Brasil". O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, não deu declarações citando diretamente a morte de Freitas, mas criticou nas redes sociais em uma série de postagens o que entende como tentativas de importar "tensões alheias" e a busca para criar conflito e "divisão entre as raças" no Brasil. Bolsonaro também afirmou: "como homem e como Presidente: sou daltônico: todos têm a mesma cor".