Produção de partículas 'fantasmagóricas' de neutrino no Sol é confirmada pela 1ª vez

Recentemente, os cientistas detectaram neutrinos formados durante um misterioso processo no Sol. A descoberta poderia permitir uma melhor compreensão sobre outros fenômenos do Universo.
Sputnik

Os neutrinos são partículas subatômicas sem carga elétrica que podem ser atribuídos à fusão carbono-nitrogênio-oxigênio conhecida como ciclo CNO, que representa uma pequena, porém, significativa minoria da produção de energia, e que demonstra ser quase totalmente evasivo.

O CNO é um processo de nucleossíntese estelar, no qual os elementos são criados dentro das estrelas através da combinação de prótons e nêutrons. A pequena quantidade de neutrinos que surgem deste mecanismo significa que é difícil serem separados dos sinais de fundo, eles agem como se esses sinais não fossem elevados.

De acordo com o estudo publicado na revista Nature, os neutrinos provenientes deste processo foram detectados, resolvendo um completo mistério. 

Produção de partículas 'fantasmagóricas' de neutrino no Sol é confirmada pela 1ª vez

Esta é a primeira vez que os cientistas conseguem detectar estes neutrinos ou evidencia direta do ciclo CNO em qualquer forma. Também foi a primeira vez, que a humanidade observou a evidência do mecanismo que converte o hidrogênio em hélio no Universo.

"É um avanço para a física solar e estelar", afirmou à NBC News Gioacchino Ranucci, pesquisador do Instituto Nacional Italiano de Física Nuclear (INFN), na Itália.

Quase todas as estrelas, incluindo o Sol, lançam energia através da fusão de hidrogênio dentro do hélio. No caso do Sol, 99% da energia lançada vem da fusão próton-próton, que libera berílio, lítio e boro antes de serem decompostos em hélio.

"Esta é primeira evidência de que o ciclo CNO está em agindo no sol e nas estrelas", destacou Ranucci.

A descoberta poderá fornecer grandes avanços no entendimento humano sobre estrelas e o Universo, já que as medições podem ser utilizadas para compreender a quantidade de oxigênio, nitrogênio e carbono encontrados nas estrelas como nosso Sol, bem como em sua estrutura.

Os pesquisadores utilizaram o detector Borexino, na Itália, para confirmarem suas descobertas.

"A tremenda descoberta da Colaboração Borexino nos aproxima de uma compreensão completa do nosso Sol e da formação das estrelas massivas, e é provável que defina o objetivo neste campo nos próximos anos", concluiu Gabriel Orebi Gann, físico da Universidade da Califórnia, nos EUA.

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