Tal consideração é o resultado da discussão sobre a crise no Mediterrâneo Oriental, que decorreu durante um evento on-line organizado pelo Fundo Marshall Alemão dos EUA (GMF, na sigla em inglês), na quarta-feira (9).
"Li hoje o rascunho da Declaração da Cúpula da UE sobre a Turquia e é decepcionante ver a linguagem das sanções que está sendo considerada para a cúpula de amanhã sobre a Turquia. Espero que os líderes europeus [...] evitem essa linguagem de sanções e ameaças contra o país, pois elas nunca vão funcionar", declarou Kalin, citado pela agência de notícias turca Anadolu.
Nesta quinta-feira (10), em Bruxelas, na Bélgica, os líderes do bloco europeu vão discutir a possibilidade de impor sanções adicionais a indivíduos e empresas turcas envolvidas em operações de perfuração offshore de petróleo e gás nas disputadas águas do Mediterrâneo.
"Acreditamos que nossas agendas geopolíticas e geoestratégicas, mais amplas, não deverão ser comprometidas por uma agenda muito estreita e [suas] exigências maximalistas de países membros individuais. Sim, temos diferenças com alguns países sobre certas questões, mas eles não deveriam dominar, não deveriam definir os próprios parâmetros da nossa relação com a UE", acrescentou Kalin, citado pela mídia turca.
A crise no Mediterrâneo Oriental tem se tornado um tópico de muita controvérsia, desde que o navio de pesquisa turco, o Oruc Reis, partiu para as águas desta região reivindicadas pela Grécia e pelo Chipre, escoltado por navios de guerra turcos. Esta ação levou a França a pedir sanções da UE contra o setor de hidrocarbonetos turco, mas a iniciativa teve oposição da Alemanha, Itália e Espanha.