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Exonerada após ofender repórter, porta-voz da PM no Rio de Janeiro ganha novo cargo

Exonerada ontem (9) do cargo de coordenadora de comunicação da Polícia Militar do Rio de Janeiro, a tenente-coronel Gabryela Dantas recebeu uma espécie de promoção nesta quinta-feira (10).
Sputnik

Um dia após ter sido exonerada, Gabryela Dantas assume a partir desta quinta-feira (10) o 23º Batalhão da Polícia Militar, responsável pelo policiamento nos bairros do Leblon, Ipanema, Gávea e Jardim Botânico.

A exoneração de Gabryela Dantas foi uma determinação do governador em exercício do Rio, Cláudio Castro. Tudo começou quando a tenente-coronel apareceu em um vídeo divulgado nas redes sociais da Polícia Militar fazendo críticas a um repórter dos jornais Extra e O Globo.

"Todos os dias somos questionados e muitas vezes vítimas de acusações. Ainda assim, defendo o diálogo com a imprensa. O debate de ideias é importante, mas é preciso preservar e respeitar ambos os lados", escreveu o governador em uma rede social ao falar sobre a exoneração.

Segundo informações do portal UOL, o novo coordenador de comunicação da PM será o major Ivan Blaz, que já ocupou o cargo anteriormente.

Os comentários da tenente-coronel foram feitos depois da publicação de uma matéria que usava dados oficiais da própria corporação para mostrar o aumento do consumo de munição por policiais no batalhão investigado pelas mortes das meninas Emily e Rebeca.

Exonerada após ofender repórter, porta-voz da PM no Rio de Janeiro ganha novo cargo
Gabryela Dantas qualificou o trabalho jornalístico como "covarde e inescrupuloso", além de citar o nome do profissional e incentivar o compartilhamento do vídeo. A fala dela provocou uma onda de ataques ao jornalista. Ao exonerar a policial de sua função ontem (9), Castro também exigiu a exclusão do vídeo das redes sociais.

A Polícia Militar também divulgou uma nota após a exoneração, onde "esclarece que, ao personalizar o descontentamento em um repórter, [a porta-voz] ultrapassou um limite que feriu o equilíbrio de sua atuação. Reconhecemos o valor da liberdade de imprensa".

O caso que motivou a discórdia

Policiais do 15º BPM (Duque de Caxias) são investigados pelas mortes das meninas Emily, de quatro anos, e Rebeca Santos, de sete, atingidas por um tiro de fuzil quando brincavam na porta de casa, na última sexta-feira (4). A PM nega que os cinco policiais que estavam de plantão no dia do crime tenham feito disparos. Os fuzis e as pistolas que eles usavam foram apreendidos e enviados para perícia.

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