Nesta terça-feira (19), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) adiou a entrega da vacina de Oxford de fevereiro para março. Para iniciar a fabricação do imunizante, é preciso trazer da China o composto farmacêutico ativo (IFA). Inicialmente, o material chegaria em dezembro, mas até o momento a matéria-prima não saiu da China.
Entraves burocráticos estão atrasando a exportação do ingrediente do país asiático para o Brasil. Além disso, a postura do governo brasileiro em relação à China não ajudaria na liberação do composto.
Em razão disso, 16 governadores pediram ao presidente um "gesto de diálogo com o governo chinês". Além disso, solicitam "apoio para a União Química" conseguir produzir a vacina russa Sputnik V no Brasil.
"Com os nossos cumprimentos, e no momento em que comemoramos o início do processo de vacinação em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal e, tendo em vista que o contrato firmado entre o Ministério da Saúde e o Instituto Butantan, para a produção da vacina Coronavac e Fiocruz - Universidade de Oxford/AstraZeneca e, considerando que os fornecedores do princípio ativo destes imunizantes têm base na China, vimos defender que seja avaliada a possibilidade de Vossa Excelência e a diplomacia brasileira fazerem um gesto de diálogo com o governo chinês, no sentido de assegurar o cronograma do fornecimento do IFA, necessário para a produção das vacinas pelo Instituto Butantan e Fiocruz e ainda, solicitamos apoio para a União Química produzir, no Brasil, a vacina Sputnik V", diz o texto da carta, segundo publicado pelo jornal O Globo.
Pedido emergencial para Sputnik V
No dia 15 de janeiro a farmacêutica brasileira União Química enviou à Anvisa pedido para uso emergencial da vacina russa Sputnik V. A agência solicitou informações adicionais ao laboratório.
Nesta quarta-feira (20), Ricardo Lewandowski, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Anvisa preste informações sobre a análise do pedido de uso emergencial da Sputnik V.
A decisão de Lewandowski foi uma resposta a um pedido do governo da Bahia, que requereu ao STF autorização para conseguir autorização para usar a vacina russa.
Na carta a Bolsonaro, os governadores afirmam que o pedido "tem como base a imperiosa necessidade de garantir a continuidade e segurança para implementação do Plano de Vacinação no Brasil".
"É pelo Brasil, é para salvar vidas!", termina o documento.