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Com o leilão de 5G do Brasil em pauta, STF julga se teles podem usar espaços públicos de graça

Em meio às discussões sobre a prisão do deputado federal Daniel Silveira, o Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar hoje (17) uma ação da Procuradoria Geral da República (PGR) contra o artigo 12 da chamada Lei Geral das Antenas.
Sputnik

O STF entra em sessão nesta quarta-feira (17) para debater a regra que poupou às empresas de telecomunicações de um valor estimado em cerca de R$ 4 bilhões ao longo dos últimos anos.

O julgamento sobre a Lei das Antenas começa nesta tarde (17) e pode se estender até quinta-feira (18) em razão do grande número de inscritos que desejam se manifestar no processo. O relator é o ministro Gilmar Mendes.

A PGR quer acabar com a gratuidade garantida às teles para instalação de equipamentos de infraestrutura em locais públicos, incluindo espaços concedidos como rodovias. A não cobrança está prevista oficialmente desde 2015 pela Lei Geral das Antenas.

Com o leilão de 5G do Brasil em pauta, STF julga se teles podem usar espaços públicos de graça
De acordo com informações do jornal Estado de São Paulo, as empresas de telecomunicação alegam que a gratuidade é fator essencial para os serviços chegarem às cidades mais distantes. Sem ela, o serviço pode ficar mais caro para o consumidor. 

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) também já marcou posição no debate. Para a reguladora, a isenção é um importante incentivo à expansão das redes no país, inclusive da tecnologia 5G, cujo leilão é preparado atualmente pelo governo federal.

O procurador da República, Augusto Aras, entende diferente. Em uma ação, ele pede o fim do direito à gratuidade de passagem em vias públicas da infraestrutura do serviço de telefonia no país.

"A lei impugnada, além de materializar a competência legislativa da União para dispor sobre telecomunicações, também encontra amparo na competência concorrente da União, dos estados, dos municípios e do Distrito Federal para editar normas gerais sobre direito urbanístico", escreveu Aras.

Em seus argumentos, ele também fala da perda de recursos financeiros de estados e municípios.

O que isso impacta na questão da tecnologia de 5G no Brasil?

A depender da decisão tomada pelos ministros do Supremo, a implantação da tecnologia 5G no Brasil pode ficar mais cara. Para as empresas de telecomunicação, a isenção é relevante para a universalização dos serviços.

"O que se ganha com a movimentação financeira e econômica quando chega a banda larga ao município é muito maior do que a receita que ele está supostamente perdendo. Quando a gente fala de gratuidade é ter banda larga no País todo, estamos falando da economia do futuro, economia digital, 5G, etc, tudo isso depende de vários fatores, e o direito de passagem é um deles, dos mais importantes", disse Marcos Ferrari, presidente executivo da Conexis Brasil Digital, ouvido pela reportagem.

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