A batalha diplomática foi iniciada depois de a Turquia realizar uma operação que resultou na morte de 13 reféns no norte do Iraque, em fevereiro.
O embaixador iraniano no Iraque pediu que a Turquia retirasse suas forças do Iraque e evitasse atacar as montanhas Sinjar, onde os combatentes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em idioma curdo) estão localizados após ajudarem a expulsar o Estado Islâmico da área.
Contudo, os turcos pretendem desalojar os combatentes do PKK da região, o que está causando um conflito com o Irã, que deseja que os militantes usem a região para atravessar para a Síria, segundo a Bloomberg.
Por sua vez, a Turquia convocou o embaixador iraniano em Ancara, para condenar as declarações do embaixador de Teerã no Iraque, Iraj Masjedi, que acusou os turcos de violarem a soberania iraquiana com operações militares na fronteira.
Enquanto isso, do outro lado, o Irã convocou o embaixador turco para protestar contra as declarações do ministro do Interior da Turquia, Suleyman Soylu, que havia afirmado que os militantes do PKK estavam operando em bases no nordeste do Irã.
No dia 10 de fevereiro, a Turquia lançou a operação Pence Kartal-2 (Garra de Águia, em tradução livre do turco) contra o PPK, contando com mais de 40 aviões, drones, aviões-tanque e outros equipamentos. Ao todo, 48 combatentes foram mortos, segundo o Ministério da Defesa da Turquia.
Fundado na década de 1970, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) tem lutado de armas nas mãos contra o governo de Ancara por décadas, exigindo a criação de uma autonomia curda no sudeste da Turquia.
Um acordo de cessar-fogo alcançado em 2013 foi abortado dois anos depois. Desde seu reinício, em julho de 2015, os ataques de rebeldes curdos mataram mais de 1.000 soldados e policiais turcos e cerca de 500 civis.
As Forças Armadas turcas realizam regularmente operações aéreas e terrestres contra as bases da guerrilha curda localizadas no norte do Iraque.