Expansão do Universo ocorre devido a uma energia escura desconhecida, teorizam cientistas

Pesquisadores de uma universidade dinamarquesa chegaram a cálculos conflituosos sobre a expansão do Universo, sugerindo que seria devido a suposições erradas sobre a energia existente no Big Bang.
Sputnik

Cientistas na Dinamarca sugeriram que, no início do Universo, a energia escura existia de uma forma diferente da atual, algo que retiraria as últimas dúvidas sobre a taxa de expansão do Universo. Os resultados do estudo foram publicados na revista Physical Review D.

Segundo a teoria atual, apoiada pela maior parte dos astrofísicos, o Universo surgiu do Big Bang há 13,8 bilhões de anos, começando na época sua expansão, que continua até os dias de hoje. No entanto, diferentes métodos de medição dão velocidades diferentes à expansão.

A expansão do Universo aceita atualmente é baseada na suposição de que o Universo consiste em energia escura, matéria escura e matéria comum. Cerca de 20% é matéria, tanto a matéria comum, da qual são feitos planetas, estrelas e galáxias, quanto a matéria escura, da qual pouco se sabe. Mais de 70% do Universo então são compostos por energia que o faz efetivamente expandir.

O professor Martin Sloth e o estudante de pós-graduação Florian Niedermann, ambos do Centro de Cosmologia de Partículas e Fenomenologia Física da Universidade do Sul da Dinamarca, chegaram a interpretações contraditórias das observações recentes de supernovas e radiação cósmica de fundo de micro-ondas, sugerindo que a existência de outra forma de energia escura no início da evolução do Universo poderia resolver o problema dos cálculos conflituosos.

"Em nosso modelo, descobrimos que se um tipo adicional de energia escura existisse no início do Universo, isto explicaria as medições das supernovas e da radiação de fundo simultaneamente e sem contradição. [...] Da mesma forma, a energia escura em nosso modelo passa por uma transição para uma nova fase com uma menor densidade de energia", relatou Sloth em comunicado de imprensa da universidade.

"É uma transição de fase na qual de repente surgem muitas bolhas de uma nova fase, e quando estas bolhas se expandem e se fundem umas com as outras, a transição de fase está completa. Em uma escala cósmica, este é um processo mecânico quântico muito violento", explicou.

De acordo com os cálculos dos pesquisadores, se colocarmos no modelo uma transição de fase de energia escura assim, consegue-se um quadro holístico consistente, no qual a taxa de expansão do Universo muda em uma determinada fase de sua evolução.

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