Militares israelenses afirmaram nesta sexta-feira (12) que realizaram um exercício naval conjunto com a Grécia, Chipre e França. A iniciativa, liderada por Israel, é o mais recente sinal da cooperação entre os países, que veem cada vez mais a Turquia como um rival no mar Mediterrâneo.
"Na semana passada, a Marinha [israelense] liderou um exercício em grande escala no qual implementou capacidades de guerra subaquática, busca e resgate, escolta de comboio e combate de superfície […]. Esses exercícios são de suma importância para fortalecer a conexão da [nossa] Marinha com as frotas estrangeiras que compartilham interesses comuns", afirmou à agência Associated Press o contra-almirante Eyal Harel, chefe das operações navais israelenses.
Batizado de Noble Dina e concluído na quinta-feira (11), o exercício cobriu "procedimentos antissubmarinos, cenários de busca e resgate, e uma simulação de batalha entre navios".
Cooperação militar contra a Turquia
Nos últimos meses, Israel, Grécia e Chipre têm tomado uma série de medidas para estreitar laços, incluindo planos avançados para a construção de um cabo de eletricidade submarino de 2.000 megawatts e um gasoduto submarino de 1.900 quilômetros. Além disso, em novembro, os ministros da Defesa dos três países se reuniram e concordaram em aumentar a cooperação militar.
Grécia e Chipre estão envolvidos em uma disputa com a Turquia, que enviou navios de prospecção para águas reivindicadas pela Grécia e para uma área onde o Chipre reivindica direitos exclusivos. A tensão aproximou os países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Grécia e Turquia, de um conflito aberto no ano passado. Na segunda-feira (8), a Turquia acusou a Grécia de enviar embarcações militares para perto da sua costa.
Israel e Turquia já foram aliados próximos, mas tiveram um grande desentendimento em 2010, quando dez cidadãos turcos foram mortos por forças israelenses enquanto uma flotilha comandada pela Turquia tentava furar o bloqueio de Israel à Faixa de Gaza.
Os dois países fizeram um acordo de reconciliação mediado pelos EUA em 2016, mas os laços se desfizeram dois anos depois, devido à decisão do então presidente dos EUA, o republicano Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.