Rússia acha preocupante atividade militar britânica no Ártico

Um alto funcionário do Ministério das Relações Exteriores russo criticou a postura militar de Londres na região mais setentrional do mundo, inclusive por não ser um Estado ártico.
Sputnik

Nikolai Korchunov, enviado especial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia para a Cooperação Ártica, sugeriu que os Estados que não fazem parte da região se abstenham de levar elementos de confronto e de criar novas linhas divisórias.

"A atividade militar do Reino Unido na área do Ártico não deixa de nos preocupar, porque é um Estado não Ártico. Quando aderiu ao Conselho Ártico, assumiu uma série de compromissos, inclusive de preservar o Ártico como uma zona de paz, desanuviamento e cooperação construtiva", observou o diplomata durante uma coletiva virtual realizada na sede da agência Sputnik.

De acordo com Korchunov, a Rússia não vê muito bem a internacionalização da atividade militar na região do Ártico, principalmente pelos países-membros da OTAN.

"Os contingentes militares de Estados não árticos, sejam eles da Europa ou da Ásia, não são bem-vindos", disse ele.

"Estamos implementando um projeto estritamente pacífico no Ártico. Nossa intenção é promover a exploração econômica sustentável desta região em cooperação com outros países", sublinhou o enviado.

O jornal The Times informou em 10 de março, citando fontes anônimas, que a Marinha Real britânica manterá uma presença regular no Círculo Polar Ártico "para contrariar a vantagem estratégica da Rússia nas rotas comerciais que se abrirão à medida que as calotas polares derreterem".

Segundo a mídia, uma fragata do Reino Unido se juntará a um grupo multinacional no mar de Barents nos próximos meses devido ao receio de que Moscou aproveite a mudança climática para estabelecer o controle sobre as regiões polares.

O Conselho Ártico tem oito membros definidos como Estados árticos: Canadá, Dinamarca, EUA, Finlândia, Islândia, Noruega, Rússia e Suécia.

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