No documento intitulado Relatório sobre Violações de Direitos Humanos nos Estados Unidos em 2020, elaborado pelo Gabinete de Informação do Conselho de Estado da China e divulgado nessa quarta-feira (24) pelo Global Times, o governo chinês aponta que as sanções unilaterais dos EUA, impostas contra vários países, fragilizaram o combate internacional à pandemia e contribuíram para a propagação da infecção em todo o mundo.
De acordo com o relatório, a imposição de novas restrições a países sancionados dificultou o acesso de nações ao fornecimento de equipamentos médicos necessários, justamente quando "teria chegado o momento-chave para saúde global e o bem-estar da humanidade diante da pandemia".
"Em um momento crítico quando a COVID-19 se espalhou globalmente […] todos os países deveriam trabalhar juntos para responder à pandemia e manter a segurança da saúde pública global. No entanto, o governo dos Estados Unidos ainda impôs sanções unilaterais a países como Irã, Cuba, Venezuela e Síria, o que tornou difícil para esses países sancionados obterem os suprimentos médicos antipandêmicos necessários em tempo hábil", diz o relatório.
Sobre pandemia, o relatório também evidenciou a falha do governo norte-americano em controlar a onda de casos dentro do seu próprio país, ainda que o mesmo alegue ser o "mais abundante em recursos médicos e capacidade de saúde". E adiciona que a resposta dos EUA diante do vírus "foi caótica, levando-os a liderar o mundo no número de casos confirmados de COVID-19 e mortes relacionadas" e que "a inação do governo conduziu à propagação descontrolada da pandemia" enquanto "os líderes nacionais se esquivaram de sua responsabilidade por arrogância"
Além das sanções e da reação dos Estados Unidos perante à pandemia, o documento também cita uma série de outras ações norte-americanas que manchariam os direitos humanos, como a retirada do país da Organização Mundial da Saúde e dos Acordos de Paris, o assassinato do cidadão norte-americano George Floyd, as vendas de armas e tiroteios que atingiram recordes, entre outras ações e acontecimentos.
O documento insta as autoridades norte-americanas a acabarem com a política de restrições, que prejudicam a cooperação internacional na área da saúde, dificulta o acesso de vários países ao mercado de medicamentos em meio à disseminação do coronavírus, além de agravar a situação humanitária nas nações gerando conflitos internos.