Grupos armados de Mianmar aumentam chance de guerra civil no país, diz enviada da ONU

A enviada especial da ONU para Mianmar, Christine Schraner Burgener, disse nesta quarta-feira (31) que os grupos armados étnicos estão aumentando a possibilidade de guerra civil no país em um nível nunca visto antes.
Sputnik

Durante uma reunião a portas fechadas do Conselho de Segurança da ONU, a enviada da ONU afirmou que "as organizações armadas étnicas nas fronteiras oriental e ocidental têm se manifestado cada vez mais em resposta à brutalidade dos militares".

"A crueldade dos militares é muito severa e muitas organizações armadas étnicas estão assumindo posições claras de oposição, aumentando a possibilidade de uma guerra civil em uma escala sem precedentes", disse Schraner Burgener.

A diplomata suíça teme um "banho de sangue" ainda maior, já que os militares seguem reprimindo os protestos pró-democracia com violência.

"Apelo a este Conselho para que considere todas as ferramentas disponíveis para tomar ação coletiva e fazer o que é certo, o que o povo de Mianmar merece e prevenir uma catástrofe multidimensional", disse Burgener, citada pela AFP.
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Mais de 520 pessoas morreram nas manifestações realizadas diariamente no país desde que os militares derrubaram a líder eleita Aung San Suu Kyi em 1º de fevereiro, interrompendo a experiência democrática de uma década em Mianmar.

Burgener disse que permanece aberta ao diálogo com os militares, mas acrescentou: "Se esperarmos apenas quando eles estiverem prontos para conversar, a situação só vai piorar. Um banho de sangue é iminente".
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No início desta quarta-feira (31), a equipe jurídica de Suu Kyi disse que a líder deposta, de 75 anos, parecia estar bem de saúde, a despeito dos dois meses de detenção.

Suu Kyi não foi vista em público desde que foi deposta, mas um membro de sua equipe jurídica, Min Min Soe, falou com a líder mianmarense via videoconferência em uma delegacia de polícia na capital Naypyidaw.

"A situação física de Suu Kyi parecia boa de acordo com sua aparência na tela do vídeo", disse a equipe jurídica da líder deposta por meio de comunicado, segundo a AFP.

Suu Kyi está enfrentando uma série de acusações criminais e a condenação pode impedi-la para sempre de assumir cargos políticos.

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No último sábado (27), a ONU se declarou "chocada" com o alto número de mortes em Mianmar. Aquele foi considerado o dia mais sangrento do país desde o início do golpe militar.

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