Em meio à crise com AstraZeneca, países europeus consideram misturar outras vacinas para 2ª dose

Devido a efeitos colaterais graves serem relatados com o imunizante da AstraZeneca, governos analisam possibilidade da segunda dose ser aplicada com vacinas diferentes.
Sputnik

Após vários programas de vacinação com o imunizante da AstraZeneca serem interrompidos por casos de efeitos colaterais graves pós-inoculação, países europeus estão considerando misturar vacinas contra COVID-19 para cidadãos que receberam a primeira dose da injeção, que agora sob novas regras, não está mais elegível, segundo a Reuters.

Alguns especialistas dizem que todas as vacinas têm como alvo a mesma proteína "pico" externa do vírus, e que independente do imunizante, por esse motivo, elas poderiam trabalhar juntas para treinar o corpo a lutar contra a infecção, porém, ainda não há evidências de que será tão eficaz.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) não fez comentários imediatos quando questionada sobre a mistura e combinação de vacinas em seu briefing diário nesta quarta-feira (7), segundo a mídia.

O Reino Unido disse no final do ano passado que permitiria que as pessoas tomassem diferentes vacinas contra a COVID-19 em raras ocasiões, mas ainda não há relatos de casos desse gênero. Na Noruega, as autoridades estão aguardando os resultados de um teste britânico lançado em fevereiro para explorar a mistura de doses das vacinas Pfizer e AstraZeneca e ver a possibilidade de combinação, segundo a mídia.

"O resultado é ou você recebe uma vacina, a vacina AstraZeneca [...] ou recebe uma vacina de reforço com outros tipos de vacinas", disse Sara Viksmoen Watle, médica sênior do Instituto Norueguês de Saúde Pública, à Reuters.

Na França, a Alta Autoridade de Saúde (HAS, na sigla em francês), também está contemplando a implantação de uma vacina de RNA mensageiro produzida pela Pfizer-BioNTech ou Moderna como opção para ser a segunda dose da AstraZeneca, de acordo com a mídia.

Embora muitos países tenham voltado a usar o imunizante depois que a EMA relatou que o medicamento era seguro e os casos de efeitos colaterais serem considerados exceções, alguns países impuseram restrições de idade, o que deixou autoridades sem saberem o que fazer com a aplicação da segunda dose. Porém, ontem (6), um membro da EMA confirmou suspeitas sobre possíveis efeitos colaterais graves e raros ligados à administração da vacina Oxford/AstraZeneca.

Hoje, essa questão, é um dos principais desafios para os governos na luta para controlar novos aumentos de infecções, já que diversos países adquiriram o imunizante da AstraZeneca.

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