O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, expressou de novo a vontade do país de construir o canal de Istambul entre o mar Negro e o mar de Mármara, destacando que a preparação para a construção está terminando.
"A maior parte dos preparativos para o projeto estão concluídos. O estudo de impacto ambiental está feito. Em ambas as margens do canal será construída uma cidade com população de 500 mil pessoas", disse Erdogan, discursando no parlamento.
O presidente turco criticou a oposição, que é contra a construção do canal, sublinhando seu impacto negativo para o ambiente e pouca vantagem econômica.
"Olhem, eles [a oposição] até ameaçam os empresários que investirão no projeto: dizem que quando tomarmos posse, acabaremos a construção e seu dinheiro desaparecerá. Como é possível pensar no poderio e interesses do país, possuindo esta mentalidade?", adicionou o presidente turco.
Erdogan disse que as contratações para o projeto serão anunciadas em breve.
Presidente da Turquia Erdogan apela para conclusão do projeto do canal Istambul, segundo Daily Sabah, 23 de dezembro de 2019.
Em 2011 Erdogan revelou pela primeira vez a possibilidade de construção do novo canal quando o atual presidente turco era primeiro-ministro do país. O projeto de construção do novo caminho marítimo contornando o estreito do Bósforo, se tornará, caso seja concluído, a iniciativa mais significante na história moderna da Turquia e permitirá reduzir a sobrecarga do tráfego no Bósforo.
Anteriormente, o ministro do Ambiente e Urbanização, Murat Kurum, afirmou que Ancara aprovou o projeto de construção do canal que se estende paralelamente ao Bósforo. O ministro das Relações Exteriores da Turquia Mevlut Cavusoglu declarou que o projeto do canal Istambul não significa a vontade turca de rejeitar a Convenção de Montreux sobre o Regime dos Estreitos.
Em 4 de março, 103 almirantes aposentados turcos publicaram uma carta aberta expressando sua preocupação com o projeto de construção do novo canal, que não seria regulado pela Convenção de Montreux. Mas tarde, foi informado que a polícia turca prendeu dez almirantes que assinaram a carta coletiva. Erdogan criticou a carta aberta e confirmou que o país não pretende deixar a Convenção de Montreux.