Chanceler iraniano acusa Israel de provocar explosão na usina nuclear de Natanz e jura vingança

Na manhã de domingo (11), a Organização de Energia Atômica do Irã reportou uma explosão na usina nuclear de Natanz, que afirmou não ter havido fatalidades ou poluição ambiental.
Sputnik

O ministro das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, culpou Israel pelo sucedido, acusando o Estado judeu de sabotagem da usina nuclear.

"Os sionistas querem se vingar de nosso progresso no encaminhamento da suspensão de sanções […]. Eles [israelense] disseram publicamente que não permitiriam que isso acontecesse. Mas nós teremos nossa vingança dos sionistas", declarou Zarif, citado pela televisão estatal.

Saeed Khatibzadeh, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, caracterizou o acontecimento como um "ato de terrorismo nuclear audaz em solo iraniano", citado pela Press TV.

O porta-voz da chancelaria iraniana foi mais longe ao considerar a sabotagem da usina nuclear em causa como um "ato contra a humanidade", pois, mesmo que não tenha havido consequências humanas e ambientais negativas, "poderia causar um desastre".
Adicionalmente, Khatibzadeh informou que Irã vai substituir as centrífugas danificadas na usina nuclear de Natanz por outras mais modernas.
Chanceler iraniano acusa Israel de provocar explosão na usina nuclear de Natanz e jura vingança

Ali Akbar Salehi, diretor da Organização de Energia Atômica do Irã, classificou o incidente como um "ato de terrorismo nuclear", afirmando que a República Islâmica terá o direito de responder contra os responsáveis pelo sucedido.

Seria Israel o culpado?

Fontes, sob condição de anonimato, relataram ao jornal norte-americano The New York Times uma operação secreta de Israel, acrescentando que "a explosão provocou um duro golpe à capacidade do Irã para enriquecer urânio, e que levaria no mínimo nove meses para restaurar a produção em Natanz".

Chanceler iraniano acusa Israel de provocar explosão na usina nuclear de Natanz e jura vingança
Israel é, deste modo, o principal suspeito, uma vez que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, teria declarado que não confiava na nação persa, e que faria tudo para prevenir que Teerã viesse a adquirir armas nucleares, mesmo que o último tenha várias vezes assegurado que a natureza de seu programa nuclear é somente civil.

A explosão sucedeu as conversações em Viena entre os membros do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), que pretendem levar os EUA e o Irã de volta ao acordo nuclear, após Washington ter se retirado unilateralmente do mesmo em 2018, sob a presidência de Trump, e reimposto sanções duras a Teerã.

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