Vendas de ações de empresas da China atingem recorde nos EUA apesar da ameaça de expulsão das bolsas

Fundos arrecadados por grupos chineses nos mercados de ações dos EUA dispararam 440% nos primeiros meses de 2021, apesar das tensões comerciais entre os dois países e o risco de empresas chinesas serem expulsas das bolsas de valores norte-americanas.
Sputnik

Este ano, as empresas chinesas arrecadaram um recorde de US$ 11 bilhões (R$ 60,2 bilhões) na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE, na sigla em inglês) e na Nasdaq por meio de ofertas públicas iniciais, vendas de ações de monitorização e emissão de títulos conversíveis, escreve o Financial Times citando dados da plataforma Dealogic.

As grandes empresas listadas incluíram uma oferta pública inicial de US$ 1,4 bilhão (R$ 7,6 bilhões) da fabricante de cigarros eletrônicos RLX Technology e uma oferta de US$ 947 milhões (R$ 5,18 bilhões) da empresa de software Tuya, entre outras companhias chinesas.

"Os investidores centram-se nas margens de crescimento e na perspectiva de rentabilidade aqui e agora, e abordarão as mudanças regulatórias ou os acontecimentos geopolíticos à medida que se materializem", disse ao jornal Craig Coben, codiretor de mercados globais de capitais na região Ásia-Pacífico do Bank of America.

Vendas de ações de empresas da China atingem recorde nos EUA apesar da ameaça de expulsão das bolsas
"Prevê-se que a economia chinesa cresça fortemente em 2021. Soma-se a isso o surgimento de um grupo de empresas muito forte e, claro, há investidores que estão ansiosos para encontrarem formas de investir nestas companhias", afirma Coben.

No início deste ano, a Bolsa de Valores de Nova York decidiu expulsar três empresas de telecomunicações chinesas por supostas conexões com o Exército de Libertação Popular (ELP), porém, a decisão foi revogada posteriormente. De qualquer forma, é clara a intenção dos EUA de dificultarem a presença chinesa no mercado norte-americano.

A lei aprovada pela administração anterior de Donald Trump consiste na proibição de investimentos norte-americanos em empresas suspeitas de estarem sob controle do setor militar chinês.

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